Conselho Geral regista quebra de 30% no peditório nacional de 2017.
A Cáritas Portuguesa concluiu hoje em Lamego o seu Conselho Geral, uma iniciativa anual, no qual se assumiu a necessidade de “repensar as metodologias de intervenção” da instituição católica.
O Conselho Geral, com a presença de representantes das várias dioceses portuguesas, aprovou a realização de um encontro, a 17 de junho.
“Este encontro, terá como objetivo repensar as metodologias de intervenção face aos desafios deixados pela crise social e económica, que ainda persiste, e que alterou o perfil das pessoas em situação de privação de recursos”, explica o o texto das conclusões, divulgado pela organização católica.
Além desta preocupação o encontro “será ainda uma oportunidade de promover uma reflexão interna com vista à consolidação e coerência da ação da rede Cáritas em Portugal”, acrescenta a nota.
Durante o Conselho Geral foi anunciada uma quebra no montante recolhido, em março, durante o peditório nacional.
“O peditório público de 2017 está com um resultado ainda provisório de 145 659,06 euros, faltando apurar o valor de duas Cáritas Diocesanas. Este valor representa uma quebra de cerca de 30 por cento face ao ano de 2016”, pode ler-se.
No âmbito da campanha “Cáritas ajuda as vítimas dos incêndios”, de 2016, o Conselho foi informado de que foram angariados 311 856,67 euros em donativos à Cáritas Portuguesa, a que se somaram mais 150 mil euros provenientes do Ministério da Administração Interna.
“Esta verba está a ser aplicada na reconstrução e recuperação de seis casas de 1ª habitação, na reabilitação e recuperação de 24 postos de trabalho e de equipamentos vários domésticos e industriais e no apoio a 182 produtores de gado”, adianta a Cáritas.
Os participantes refletiram sobre o II Plano Estratégico da instituição, projetando o trabalho para o próximo triénio; em 2018, a Cáritas Portuguesa vai ter como lema ‘Cuidar da Casa Comum’.
Os trabalhos foram encerrados hoje por D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga e presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, que sublinhou a necessidade de uma “perspetiva de inquietação e renovação” sobre a identidade da Cáritas.
Na abertura do encontro, D. António Couto, bispo de Lamego, deixou o desafio de promover o “reconhecimento da riqueza das pessoas necessitadas”.
A sessão de abertura dos trabalhos contou ainda com a presença do presidente da Câmara Municipal de Lamego, Francisco Manuel Lopes, que sublinhou a importância do trabalho em rede, “uma teia de cooperação para dar resposta aos problemas como os que a Cáritas enfrenta, pobreza e exclusão social.”
Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa, falou por sua vez na necessidade de uma ação “planeada, organizada e fundamentada” para “cuidar do outro”.
O Conselho Geral reuniu cerca 70 pessoas em representação da “quase totalidade” das Cáritas diocesanas em Portugal.
G.I./Ecclesia:OC