Cardeal-patriarca de Lisboa disse no Domingo de Ramos que os hossanas da atualidade devem corresponder «a mais disponibilidade» para reparar nos outros.
O cardeal-patriarca afirmou este domingo, na Sé de Lisboa, que a Semana Santa não pode ser vivida com “sentimentos fugazes e distrações periféricas” e advertiu para o risco de a Páscoa chegar “só no calendário”.
“Não esvaziemos as palavras, nem desperdicemos o tempo. Não nos distraiamos de Deus, não nos distraiamos dos outros, nem, afinal, de nós. – É preciso que a Páscoa não chegue só no calendário!”, disse D. Manuel Clemente na homilia da Missa do Domingo de Ramos.
Para o cardeal-patriarca de Lisboa, esta semana é “para celebrar” e “para cumprir”, com hossanas a brotar “bem de dentro do coração convertido”.
“Dirijamo-los a Jesus que passa, tanto em si mesmo, constante ‘Deus connosco’, como naqueles que nos esperam, outros tantos apelos de Deus”, sublinhou D. Manuel Clemente.
“E quanto mais simples, comuns e correntes na circunstância dos dias que se seguem, mais se assemelharão a Jesus que prossegue, naquele jumentinho em que os seus pés tocavam certamente o chão. O chão de Jerusalém, o chão da nossa cidade agora”, acrescentou.
O cardeal-patriarca de Lisboa disse que os hossanas da atualidade devem corresponder “a mais disponibilidade” para reparar nos outros e “mais cuidado em corresponder-lhes”.
“Sigamos com Jesus até ao Gólgota, mas como o Cireneu, e ainda mais como as santas mulheres, que não O deixaram até ao fim. Cada uma destas atitudes, nem por serem espiritualmente intensas, deixarão de ser eminentemente práticas, no que nos couber a cada um”, sublinhou D. Manuel Clemente.
A Igreja Católica iniciou com o Domingo de Ramos a Semana Santa, onde recorda os momentos centrais da vida de Jesus Cristo, vividos em celebrações únicas ao longo do Ano Litúrgico, e também em expressões públicas da Paixão de Jesus, em muitas localidades.
G.I./Ecclesia:PR