Responsáveis do Vaticano recordam violência no Iraque, Síria e Egito.
O Vaticano exorta, esta Sexta-feira Santa, os católicos a expressar a sua solidariedade para com as comunidades cristãs do Médio Oriente
O apelo é lançado pela Congregação para as Igrejas Orientais (Santa Sé), numa carta aos bispos de todo o mundo por ocasião da coleta anual destinada à Terra Santa, assinada pelo cardeal Leonardo Sandri e pelo arcebispo Cyril Vasil?, respetivamente prefeito e secretário do dicastério.
“Sabemos que hoje não é fácil viver a fé no Médio Oriente. De um modo especial não o é no Iraque, na Síria e no Egito, onde a comunidade cristã tem feito a experiência do ecumenismo do sangue, e onde cada fiel deve lutar cada dia contra a tentação de abandonar a própria terra e mesmo a própria fé”, recordam.
A recolha de donativos acontece, tradicionalmente, durante as celebrações da Sexta-feira Santa.
“A pequena presença cristã no Médio Oriente tem, por isso, necessidade de sentir o apoio e a proximidade de toda a Igreja”, pode ler-se.
A missiva evoca “formas de pressão e de discriminação” a que os cristãos são sujeitos, com consequências para as suas condições de vida e de permanência na sua terra.
Os responsáveis da Santa Sé recordam que na Terra Santa continuam presentes comunidades cristãs, “de um modo ininterrupto através dos séculos, mesmo a custo de grandes sacrifícios e martírios”.
“O sentido de comunhão em Cristo morto e ressuscitado por nós, leva-nos a promover, também este ano, a importante iniciativa de uma Coleta para a Terra Santa, manifestando a união fraterna que une a Igreja Universal com aquela Igreja Mãe”, explica a carta.
A Congregação para as Igrejas Orientais explica ainda que “graças à generosa oferta de tantos católicos e não só”, os trabalhos de restauro das Basílicas da Natividade e do Santo Sepulcro, “património comum da Cristandade, estão a concluir-se no prazo previsto e com os melhores resultados possíveis”.
A Santa Sé divulgou ainda um relatório sobre os donativos recebidos em 2015-16 e a sua aplicação no terreno.
A Igreja Católica promove anualmente uma recolha de donativos para as comunidades que vivem na Terra Santa e para a manutenção dos lugares ligados à vida de Jesus e ao início do Cristianismo.
O Papa Paulo V, com o documento “Celestis Regis”, de 22 de janeiro de 1618, foi o primeiro a determinar a finalidade desta recolha de donativos e Bento XIV confirmou-a com o breve apostólico “In supremo militantis Ecclesiæ”, de 7 de janeiro de 1746.
A preservação da memória dos chamados Lugares Santos, que está confiada à Custódia franciscana, passa pela preservação dos vários monumentos que assinalam a ligação dos espaços a Jesus e os apóstolos, mas sobretudo pelo apoio às atuais comunidades cristãs “uma minoria entre muçulmanos e judeus na Palestina e Israel” que vivem situações difíceis.
G.I./Ecclesia:OC