Papa Francisco falou em conferência internacional pela paz, promovida pela Universidade de Al-Azhar.
O Papa Francisco apelou hoje no Cairo a uma condenação conjunta, por parte dos líderes religiosos, da violência e do ódio fundamentalista.
“Repitamos um forte e claro ‘não’ a qualquer forma de violência, vingança e ódio cometidos em nome da religião ou em nome de Deus”, disse, no primeiro discurso da visita de dois dias ao Egito, que proferiu no centro de conferência da universidade sunita de Al-Azhar.
“A violência é a negação de qualquer religiosidade autêntica”, acrescentou.
Francisco sublinhou a necessidade de promover a liberdade religiosa e de “desmascarar a violência que se traveste de alegada sacralidade”.
“Somos chamados a denunciar as violações contra a dignidade humana e contra os direitos humanos, a acusar as tentativas de justificar qualquer forma de ódio em nome das religiões”, acrescentou.
O Papa quis agradecer ao “irmão” Ahmad Al-Tayeb, grande-imã da instituição, e apresentou o Egito como “terra de civilização” e de “alianças”, desde a antiguidade.
Francisco pediu uma aposta na educação dos jovens para que estes façam “escolhas de paz e pela paz”, rejeitando o “medo do outro”.
O discurso sublinhou a necessidade do diálogo inter-religioso e evocou a viagem de São Francisco de Assis, no século XIII, para se encontrar com o sultão Malik al Kamil, há oito séculos.
A primeira visita de um Papa a Al-Azhar, principal instituição teológica e de instrução religiosa do Islão sunita, começou com um minuto de silêncio pelas vítimas do terrorismo.
O xeque Ahmad Al-Tayeb, grande-imã da instituição, recebeu Francisco e evocou todos os que morreram em ataques terroristas, “independentemente da sua pertença cultural ou religiosa”.
Os dois líderes trocaram um abraço, sob as palmas dos participantes reunidos no centro de conferência de Al-Azhar, num congresso internacional pela paz.
G.I./Ecclesia:OC