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Papa Francisco e Tawadros II, patriarca dos coptas ortodoxos, evocaram vítimas dos recentes atentados terroristas.

O Papa Francisco prestou hoje homenagem aos “mártires” cristãos do Egito, encerrando o primeiro de dois dias de visita ao Cairo, na sede da Igreja Copta Ortodoxa.

“Desde os primeiros séculos do cristianismo, nesta terra, quantos mártires viveram a fé heroicamente e até ao extremo, preferindo derramar o sangue que negar o Senhor e ceder às adulações do mal ou mesmo só à tentação de responder ao mal com o mal”, disse, perante o líder desta comunidade, Tawadros II.

Francisco falou na aproximação entre católicos e coptas ortodoxos, com base “de modo misterioso e muito atual” no que tem chamado de “ecumenismo do sangue”.

A intervenção evocou o “sangue inocente” das vítimas de ataques contra igrejas coptas no Domingo de Ramos (9 de abril), que provocaram dezenas de mortes.

“O sangue inocente une-nos”, disse o Papa.

O bairro cristão do Cairo foi alvo de um atentado terrorista em dezembro de 2016, quando uma bomba explodiu na capela de São Pedro, junto à sede do Patriarcado, provocando 29 mortes.

Após o discurso e a tradicional troca de presentes, Francisco e Tawadros II seguiram em procissão até à capela de São Pedro, para um momento de oração, acompanhados por líderes de outras confissões cristãs, incluindo o patriarca ecuménico de Constantinopla (Igreja Ortodoxa), Bartolomeu, e o patriarca sírio Gregório III Laham (Igreja Católica).

Francisco rezou para que Deus “abençoe” todos os cristãos e que conduza as Igrejas “pelo caminho da caridade e do trabalho comum, rumo à mesa da Eucaristia”.

O rito incluiu um abraço de paz e a recitação do Pai-Nosso, antes da deposição de um ramo de flores, numa igreja onde ainda são visíveis marcas da violência.

O Papa parou junto ao memorial que recorda as vítimas do atentado de 11 de dezembro de 2016, com as fotos de todos os que morreram.

A agenda da viagem conclui-se na Nunciatura Apostólica (embaixada da Santa Sé), onde o Papa é recebido por crianças de uma escola dirigida por religiosos combonianos e janta em privado.

Francisco vai abençoar, na praça junto à entrada da nunciatura, um grupo de cerca de 300 jovens peregrinos vindos de várias regiões do Egito, informa o Vaticano.

O primeiro dia da viagem incluiu encontros com o presidente da República do Egito, Abdel-Fattah Al-Sìsi, e um discurso no complexo de Al-Azhar, a mais conceituada instituição teológica e de instrução religiosa do Islão sunita no mundo, com alertas contra o fundamentalismo.

Sob fortes medidas de segurança, o Papa circulou pelo Cairo num veículo de gama média, um carro não blindado, com a janela aberta, saudando as pessoas.

Esta é a primeira visita de um Papa ao Egito desde a passagem de João Paulo II pelo país, no Jubileu de 2000.

Este sábado, o programa do Papa Francisco começa com a celebração da Missa, às 10h00 (menos uma em Lisboa), seguindo-se o almoço com os bispos católicos do país e, às 15h15, um encontro de oração com membros do clero, de institutos religiosos e seminaristas.

A Missa passou de uma sala fechada, perto do Estádio do Cairo, para o Estádio da Aeronáutica Militar, com 25 mil lugares e maior segurança.

A cerimónia de despedida está marcada para as 17h00, com chegada a Roma prevista para as 20h30 (19h30 em Lisboa).

A primeira deslocação de Francisco ao estrangeiro em 2017 antecede assim a visita a Fátima, para as celebrações do Centenário das Aparições, a 12 e 13 de maio.

G.I./Ecclesia:OC

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