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Encontros com líder sunita, patriarca copta e comunidade católica reforçaram apelos ao diálogo entre religiões.

O Papa Francisco encerrou hoje uma visita de dois dias ao Cairo, na qual repetiu mensagens contra a violência, o terrorismo e o ódio fundamentalista, em defesa da liberdade religiosa e do diálogo entre crentes.

A primeira intervenção aconteceu centro de conferências da universidade sunita de Al-Azhar, na qual o Papa sustentou que a “violência é a negação de qualquer religiosidade autêntica”,

“Repitamos um forte e claro ‘não’ a qualquer forma de violência, vingança e ódio cometidos em nome da religião ou em nome de Deus”, pediu aos responsáveis religiosos de vários países, reunidos no Egito.

Francisco sublinhou a necessidade de promover a liberdade religiosa e de “desmascarar a violência que se traveste de alegada sacralidade”.

A primeira visita de um Papa a Al-Azhar, principal instituição teológica e de instrução religiosa do Islão sunita, começou com um minuto de silêncio pelas vítimas do terrorismo.

O xeque Ahmad Al-Tayeb, grande-imã da instituição, recebeu Francisco numa visita que considerou “histórica”; os dois líderes trocaram um abraço, sob as palmas dos participantes reunidos no congresso internacional pela paz promovido pela instituição sunita.

A mesma mensagem foi levada aos líderes políticos do Egito, em particular o seu presidente, recordando as comunidades cristãs atingidas por atentados terroristas, que provocaram dezenas de mortes, por exemplo, no último domingo de Ramos (9 de abril).

O Papa desafiou os responsáveis políticos e religiosos a “desmantelar os planos homicidas e as ideologias extremistas” e abordou depois o “papel insubstituível” do Egito no contexto do Médio Oriente e da construção da paz na região.

O primeiro dia de viagem encerrou-se com a homenagem aos “mártires” cristãos do Egito, na sede da Igreja Copta Ortodoxa.

“Desde os primeiros séculos do cristianismo, nesta terra, quantos mártires viveram a fé heroicamente e até ao extremo, preferindo derramar o sangue que negar o Senhor e ceder às adulações do mal ou mesmo só à tentação de responder ao mal com o mal”, disse Francisco, perante o líder desta comunidade, Tawadros II.

Simbolicamente, a capela de São Pedro acolheu um momento de oração, com a presença de líderes de várias comunidades cristãs, incluindo o patriarca ecuménico de Constantinopla (Igreja Ortodoxa), Bartolomeu, e o patriarca sírio Gregório III Laham (Igreja Católica).

Francisco acendeu uma vela e deixou flores junto ao memorial que recorda as vítimas do atentado de 11 de dezembro de 2016, num local onda ainda são visíveis as marcas da violência.

O Papa e o líder dos coptas ortodoxos assinaram ainda uma declaração conjunta, que procura aproximar comunidades separadas desde o século V.

O dia de sábado foi dedicado exclusivamente aos católicos egípcios, junto dos quais Francisco renovou alertas contra o “extremismo”.

“Deus só aprecia a fé professada com a vida, porque o único extremismo permitido aos crentes é o da caridade. Qualquer outro extremismo não provém de Deus nem lhe agrada”, declarou.

A homilia, traduzida para o árabe, apresentou a “fé verdadeira” como aquela que torna os fiéis “mais caridosos, mais misericordiosos, mais honestos e mais humanos”.

Já à tarde, o Papa despediu-se hoje da comunidade católica do Egito, que representa menos de 1% da população no país, com uma mensagem de esperança, para contrariar os “profetas da destruição”.

O regressso a Roma aconteceu pelas 20h10 de Roma (menos uma em Lisboa), após a tradicional conferência de imprensa no voo papal.

A primeira deslocação de Francisco ao estrangeiro em 2017, 18ª viagem internacional do pontificado, antecedeu a visita a Fátima, para as celebrações do Centenário das Aparições, a 12 e 13 de maio.

G.I./Ecclesia:OC

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