D. António Marto refere a comum acentuação do tema da misericórdia e liga o Santuário à ausência de divisões depois do Concílio Vaticano II.
O bispo de Leiria-Fátima disse que a presença do Papa Francisco no Santuário da Cova da Iria “dá mais credibilidade mediática e existencial” a Fátima e “relança a mensagem no aspeto da misericórdia”.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, D. António Marto considera que todos os Papas que vieram a Fátima deram-lhe “notoriedade e credibilidade” porque “quando o Papa peregrina, o Pastor Universal da Igreja, é toda a Igreja que peregrina com ele”.
“Naturalmente que este Papa entra no coração das pessoas pela sua proximidade, pela sua humanidade, pela misericórdia, que coloca a Igreja no mundo não para condenar, mas para transmitir o amor misericordioso de Deus que é oferecido a todos incondicionalmente, o que dá mais credibilidade do ponto de vista mediático e existencial, porque do ponto de vista objetivo já a tem”, sublinhou.
D. António Marto lembra que Francisco “é um Papa das surpresas” nos temas que aborda e na maneira como o faz, mas considera que “não deixará de tocar o tema da misericórdia e das periferias” na sua peregrinação a Fátima.
“A visita do Papa Francisco relança a mensagem no aspeto da misericórdia, de uma Igreja casa materna da misericórdia”, afirmou o bispo diocesano, acrescentando que Fátima deve ser um lugar “onde todos e cada um se sinta acolhido, escutado, compreendido, amado, perdoado e encorajado a viver a boa nova do Evangelho, de um Deus próximo, que oferece a todos um caminho de salvação, sem limites à misericórdia”.
Na entrevista publicada na última edição do Semanário Ecclesia, D. António Marto recorda a ligação do Santuário de Fátima à presença dos Papas, que vieram a Fátima com uma “intencionalidade particular”.
Para o bispo de Leiria-Fátima, Paulo VI trouxe a Fátima o tema da paz no mundo e na Igreja Católica, que pode ter ultrapassado divisões internas após o Concílio Vaticano II por “uma graça de Nossa Senhora”.
“Há sempre que gente que não aceita o Concílio”, lembrou D. António Marto, acrescentando que Paulo VI conduziu o Concílio com “mestria” e “evitando cismas”, “o que pode ter sido uma graça de Nossa Senhora, porque normalmente depois de cada concílio há sempre um cisma”.
João Paulo II, o Papa que “se ligou de forma particular e íntima” a Fátima, acentuou no santuário o tema da “defesa da dignidade da pessoa humana em ordem à libertação dos povos que estavam subjugados por regimes totalitários e ateístas”.
D. António Marto lembrou que Bento XVI visitou Fátima “num momento difícil da Igreja, a necessitar de purificação”.
A entrevista de D. António Marto à Agência ECCLESIA está publicada no semanário digital e vai ser emitida no programa Ecclesia, na RTP2, no dia 11 de maio.
G.I./Ecclesia:PR