“No dia de Santo António a Igreja enche sempre”, dizia frei Pedro Perdigão uns dias antes de 13 de junho. E a verdade é que na primeira eucaristia desse dia, às oito horas da manhã, a Igreja dos Terceiros de São Francisco, em Viseu, estava cheia.
A habitual entrega dos pães de Santo António acontece sempre ao fim da eucaristia, e é um momento de grande significado: porque coloca em prática a mensagem franciscana que Santo António pregou, de estar ao serviço dos mais pobres e fracos, mas também o engrandece como um dos santos mais populares e queridos da Igreja Católica.
A eucaristia foi celebrada pelo frei Giovanni Sartori que logo invocou a memória, a ação e o legado de Santo António, “o padroeiro secundário de Portugal”, “o único Doutor da Igreja de Portugal”, o “Santo António de Lisboa, de Coimbra, de Itália, de todo o mundo”, “o santo dos milagres”. Na homilia, o sacerdote franciscano enfatizou a “inteligência” de Santo António, reconhecida “nos seus sermões que atraíam multidões”, “na proteção dos mais fracos da sociedade, sobretudo das crianças e das mulheres”, num mundo dominado pelos homens, mas também na sua faceta ecológica, de grande amor à “natureza e aos animais”.
Frei Giovanni lembrou o trajeto de Santo António, a forma como ele “autorizou os frades a ensinar teologia” que serviria para dar conhecimento aos fiéis e também “para combater os hereges, os cátaros, que grassavam na Europa”.
Quando Santo António morreu, em 1231, tinha já “fama de santidade”, e “inúmeros milagres foram-lhe atribuídos” de tal forma que, segundo o frei Giovanni, “o santo foi explicado pelos poderosos e pelos mais simples”, sendo “um santo que chegava às pessoas”.
No final da eucaristia, já depois de abençoados no altar, eis o momento da dádiva dos pães de Santo António a todos que assim desejaram, ao som de uma alegre melodia que saía do órgão e das vozes dos coristas.
Festa na Igreja de Santo António
O dia de Santo António é assinalado em várias Igrejas da Diocese, mesmo que o mesmo não seja a figura cimeira do templo religioso. Assim, nas celebrações eucarísticas do 13 de junho Santo António foi mais ou menos recordado. Assim sucedeu, mas com uma outra profundidade, na Igreja de Santo António, em Viseu, paredes-meias com o Lar-Oficina possuidor do mesmo nome. Nesse dia 13 de junho assinalaram-se os 123 anos de vida desta instituição que acolhe rapazes. A eucaristia foi presidida pelo Bispo D. Ilídio Leandro e concelebrada por outros sacerdotes. No final aconteceu a distribuição do pão de Santo António. De acordo com o Cónego Arménio Lourenço, diretor do Lar-Escola de Santo António, a “entrega dos pães é o sinal do cunho social que os franciscanos, como Santo António, davam e continuam a dar. É o símbolo da partilha que ainda hoje é atual, de estar atento à pobreza e aos mais necessitados”, confirmou. No final a festa prosseguiu no Lar-Escola com um jantar de confraternização.
G.I./J.B.:PBA