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Homenagem da Santa Casa da Misericórdia revela que a sua mensagem «é tão ou mais atual do que quando foi dita», referiu D. Manuel Clemente.
A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) inaugurou esta quinta-feira uma estátua de Padre António Vieira junto à sede da instituição, homenageando “por justiça” um dos “maiores símbolos da cidade”.
A estátua, escultor Marco Fidalgo, foi escolhida entre 16 candidaturas e foi inaugurada pelo provedor da SCML, Pedro Santana Lopes, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, o provincial da Companhia de Jesus em Portugal, padre José Frazão Correia, e D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa.
Para D. Manuel Clemente, a estátua “faz com que a cidade de Lisboa finalmente dê a um dos seus maiores símbolos, ao longo dos séculos, a relevância que ele inteiramente merece”.
Em declarações à Agência ECCLESIA, o cardeal-patriarca de Lisboa referiu que “a estátua é de justiça” e faz com que “pessoas que passam neste lugar central da cidade onde ele viveu e pregou, lembrem e aprendam que há figuras que não passam porque a sua mensagem é tão ou mais atual do que quando foi dita”.
A estátua de homenagem ao Padre António Vieira, a primeira que existe em Portugal, de acordo com as várias intervenções no momento da inauguração, está diante do Museu de São Roque, da SCML, no largo Trindade Coelho, em Lisboa.
Para o provedor da SCML, Pedro Santana Lopes, “era uma questão de justiça” colocar no quotidiano da cidade de Lisboa a estátua do Padre António Vieira.
Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, sublinhou a “justiça feita” com a inauguração de uma estátua “a uma das maiores personalidades do pensamento” que “não tinha a devida expressão e reconhecimento”.
O padre provincial da Companhia de Jesus em Portugal mostrou a sua satisfação pela homenagem ao padre António Vieira, também “por não haver ainda reconhecimento público, com uma obra de arte pública, em Portugal”.
“Figuras como o Padre António Vieira são marcantes, não simplesmente porque hoje devemos fazer o que eles fizeram, mas pela atitude: uma pessoa profundamente atenta aos problemas do seu tempo e alguém que compreende que a adesão ao Evangelho o leva a agir pela palavra em favor dos perseguidos”, referiu o padre Frazão Correia.
O responsável pela Companhia de Jesus em Portugal acrescentou em declarações à Agência ECCLESIA que o Padre António Vieira inspira a “ler o tempo presente” e a descobrir “como é que o Evangelho se encarna no compromisso social”.
O padre António Vieira nasceu em Lisboa, em 1608, e faleceu no Brasil, em 1697, na Baía, após uma vida repleta de viagens entre um país e o outro e intervenções nos mais diversos aspetos da sociedade civil, económica, religiosa, política e cultural da época.
EM 2013 foi apresentada a publicação das Obras completas do Padre António Vieira, entretanto concluída, com direção de José Eduardo Franco e Pedro Calafate, editadas pelo Círculo de Leitores e tendo por mecenas principal a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
CB/PR

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