Audiência para ouvir antigos presidente e tesoureiro da Fundação «Bambino Gesú».
O Tribunal da Cidade do Vaticano começa hoje a julgar os antigos presidente e tesoureiro da Fundação «Hospital Bambino Gesú», propriedade da Santa Sé, por acusações de desvios de fundos.
A primeira audiência vai ser acompanhada por oito jornalistas, tal como aconteceu no chamado ‘Vatileaks2’, caso de divulgação ilícita de notícias e documentos reservados da Santa Sé.
O Vaticano anunciou na última quinta-feira que o ex-presidente da fundação do hospital, Giuseppe Profiti, e o seu ex-tesoureiro, Massimo Spina, desviaram fundos da instituição que viriam a beneficiar uma empresa de construção, em obras de restauro num apartamento habitado pelo cardeal Tarcisio Bertone, antigo secretário de Estado do Vaticano.
“De forma concertada entre eles, o primeiro (Profiti), na qualidade de presidente da Fundação Bambino Gesú, e o segundo (Spina), na qualidade de tesoureiro da mesma, ambos funcionários públicos, usaram ilegalmente, em benefício do empresário Bandiera, dinheiro pertencente à Fundação Bambino Gesú, dinheiro a que ambos tinham acesso devido às funções que exerciam”, refere a nota de imprensa.
A Santa Sé revela que foram usados para fins “completamente extrainstitucionais” o montante de 422 005,16 num imóvel que é propriedade do governo da Cidade do Vaticano, “para beneficiar a empresa de Gianantonio Bandera”.
Em finais de 2015, o cardeal Bertone, que residia no apartamento, anunciou a devolução de 150 mil euros ao hospital da Santa Sé, uma decisão confirmada pela atual presidente da Fundação ‘Bambino Gesú’, Mariella Enoc.
“Ainda que não se considere responsável pelo que aconteceu, o cardeal Bertone reconheceu que o caso representou danos para o hospital e, portanto, decidiu devolver um montante de 150 mil euros”, referiu.
G.I./Ecclesia:OC