Mensagem recorda Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas, assinalado também pela Cáritas Portuguesa.
A Cáritas Europa associou-se à celebração do Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas, que acontece anualmente a 30 de julho, e pediu acesso “legal e seguro” para os migrantes que chegam ao continente.
Segundo a organização católica, esta seria a “chave” para travar o tráfico humano, que considera uma “chaga” a que a Europa precisa de responder.
“Cada criança e adulto apanhados na armadilha desta forma moderna de escravatura, enjaulados no medo, abuso e medo, é uma vítima a mais”, refere o comunicado da Cáritas, divulgado através da página da instituição.
A nota sublinha, em particular, a situação das crianças, que crescem como vítimas do tráfico, pelo que essa situação de prisão se torna “normal” para elas.
“A Europa tem de pôr um ponto final a esta situação. A abertura de canais seguros e legais para a Europa pode desempenhar um papel-chave na erradicação desta atividade criminosa”, sustenta a Cáritas.
O Papa Francisco tem-se referido a esta questão como um “fenómeno vergonhoso” e “crime horrível”, falando num crime contra a humanidade.
A Cáritas Portuguesa associa-se à celebração, num comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, recordando as situações vividas por crianças que viajam não acompanhadas, em situação de grande vulnerabilidade e instabilidade.
“Portugal tem também um aumento no número de pessoas vítimas de tráfico humano e a Cáritas tem sido chamada a intervir”, assinala a instituição.
A organização católica divulga, através do YouTube, um relato de Olivia, natural do Togo, que aos 13 anos foi trazida de forma ilegal para a França, onde foi “vítima de abusos e tortura até que conseguiu fugir”.
“A Caritas Europa e, com ela, a Cáritas Portuguesa, reitera o seu apelo a todos os decisores para garantir o acesso seguro e legal à Europa de forma a evitar o sofrimento desnecessário de pessoas que estão desesperadas e, por isso, dispostas a arriscar suas vidas para fugir dos seus países de origem”, realça a nota.
Entre as ferramentas propostas para combater este tráfico de pessoas estão “o recurso aos vistos humanitários, recolocação, patrocínio comunitário, corredores humanitários e reunificação familiar”.
G.I./Ecclesia:OC