Papa Francisco inicia ciclo de catequeses sobre a Missa homenageando «mártires» do domingo.
O Papa Francisco iniciou hoje um novo ciclo de reflexões no Vaticano, dedicado à Eucaristia, prometendo responder a “perguntas importantes” sobre este sacramento, que apresentou como “coração” da Igreja.
“Nas próximas catequeses gostaria de dar resposta a algumas perguntas importantes sobre a Eucaristia e a Missa, para redescobrir, ou descobrir, como através deste mistério de fé resplandece o amor de Deus”, disse aos milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro para a audiência pública semanal.
A intervenção evocou o “grande número de cristãos” que ao longo de dois mil anos deram a sua vida para “defender a Eucaristia” e os que, ainda hoje, arriscam a vida para participar na Missa dominical.
Um dos casos apresentados foi o de um grupo de cristãos do norte de África, em 304, presos durante as perseguições de Diocleciano, tendo respondido ao procurador romano: “Sem o domingo não podemos viver”.
“Estes cristãos do norte de África foram mortos. Deixaram o testemunho de que se pode renunciar à vida terrena por causa da Eucaristia, porque ela nos dá a vida eterna, tornando-nos participantes da vitória de Cristo sobre a morte”, assinalou o Papa.
Francisco questionou os presentes sobre a sua participação na Missa, lamentando que nas celebrações da Praça de São Pedro seja possível ver telemóveis levantados, “não só de fiéis, mas de alguns padres e também bispos”.
“A Missa não é um espetáculo: é ir ao encontro da Paixão e da Ressurreição do Senhor. Por este motivo é que o sacerdote diz «corações ao alto». O que é que isso quer dizer? Lembrem-se: nada de telemóveis”, advertiu.
O Papa convidou todos a regressar aos “fundamentos”, ao que é essencial na celebração dos Sacramentos, sublinhando a importância da renovação litúrgica levada a cabo no Concílio Vaticano II (1962-1965) e da formação dos católicos.
“Já viram como as crianças fazem o sinal da cruz? Não sabemos o que estão a fazer, se é o sinal da cruz ou um desenho. Precisamos de ensiná-las a benzer-se bem. Assim começa a Missa, assim começa a vida, assim começa o dia”, exemplificou.
A intervenção recordou a memória litúrgica dos Santos Mártires, cujas relíquias estão guardadas na Basílica de São Pedro, recordando “os muitos cristãos perseguidos” na atualidade.
Francisco deixou uma saudação aos peregrinos de língua portuguesa, desejando-vos que cresçam “no amor e na adoração da Eucaristia”.
“Que este Sacramento possa continuar a plasmar as vossas comunidades na caridade e na comunhão, segundo o coração do Pai. De bom grado vos abençoo a vós e aos vossos entes queridos!”, concluiu.
G.I./Ecclesia:OC