À vivência da Semana dos Seminários, que decorre de 12 a 19 de novembro de 2017, não passa despercebida a nova Ratio Fundamentalis Institutionis Sacerdotalis, da Congregação para o Clero (outubro de 2016), que orienta a formação sacerdotal com normas gerais.
É interessante observarmos o perfil do acompanhamento na escuta e resposta da vocação, hoje cada vez mais reconhecida como o “Dom da Vocação Presbiteral”. Realça-se a importância do encontro e da relação com Cristo em toda a caminhada, que a Igreja é chamada a mediar como mãe. Somos chamados a ver o percurso do acolhimento e da formação com as seguintes etapas: 1ª – Sensibilização para a escuta e a resposta; 2ª – Acompanhamento propedêutico; 3ª – O discipulado; 4ª – A configuração com Cristo; a síntese vocacional. As instituições Seminário em Família, Seminário Vocacional e Seminário Maior/Pastoral (Interdiocesano) servem o conseguimento destas etapas por parte dos que são chamados.
Dois aspetos muito importantes a ter em conta, entre a escuta e a resposta: o da gradualidade que considera cada etapa sem o descarte dos conteúdos que têm a ver com aquela “escuta” da voz de Deus na Igreja; uma resposta em factos que correspondam à liberdade do candidato que se quer entregar à nova aliança de Jesus Cristo. O caminho de crescimento na formação presbiteral implica uma conversão contínua, consequência do crescimento humano, espiritual, moral, intelectual e pastoral do vocacionado.
Quanto ao perfil daqueles jovens em que se notam os sinais do chamamento de Deus a ser padres, na Diocese de Viseu propõem-se os seguintes elementos de perfil, traduzidos em critérios de admissão que prometam um percurso feliz de resposta vocacional presbiteral:
CRITÉRIOS PARA A ADMISSÃO AO ACOMPANHAMENTO PROPEDÊUTICO
Sendo a etapa de Seminário Vocacional um percurso propedêutico do Seminário Maior/Pastoral (no Seminário Interdiocesano em Braga), com o objetivo fundamental de, para além de proporcionar um discernimento mais aprofundado da vocação sacerdotal, ajudar o adolescente a «preparar-se para seguir Cristo Redentor com ânimo generoso e coração puro» (Optatam Totius, 3). Para a integração na comunidade educativa, propõe-se a atenção dos critérios que se seguem:
a) Que a possibilidade de vir a entrar no Seminário venha de uma decisão livre do jovem.
b) Seja batizado e, pela frequência assídua à catequese, tenha uma consciência mínima de ser discípulo de Jesus Cristo.
c) São sinais suficientes o desejo de conhecer a própria vocação e o acolhimento do percurso vocacional do Seminário.
d) Demonstre-se, num modo proporcionado à idade, aquelas qualidades fundamentais de humanidade, de fé e de disponibilidade que lhe permitam a proposta educativa do Seminário.
e) Avaliem-se os seus dotes intelectuais requeridos pelos futuros empenhos no estudo.
f) Considere-se a participação na vida paroquial.
g) Conheça-se a sua família e tenha-se em conta o parecer e a autorização dos pais.
h) Tenha-se em conta o parecer favorável do pároco.
i) Requer-se que tenha havido, por parte do candidato, pelo menos durante um ano, a participação assídua no itinerário do Seminário em Família.
CRITÉRIOS PARA A ADMISSÃO AO SEMINÁRIO PASTORAL/INTERDIOCESANO
«Estabeleceu doze para estarem com Ele e para os enviar a pregar» (Mc 3, 14) é o ícone do Evangelho que melhor descreve a comunidade apostólica reunida à volta de Jesus, que, sinteticamente, carateriza a etapa da formação sacerdotal. Os principais objetivos do Seminário Maior ou Pastoral são: intensa vida espiritual, forte experiência comunitária, aprofundado discernimento vocacional, maturação de uma personalidade equilibrada e consistente, aquisição da necessária competência teológica e cultural, e introdução ao ministério pastoral, a partir de uma integração harmónica da espiritualidade do presbítero diocesano, que se alimentará de uma feliz participação da caridade pastoral de Jesus Cristo.
Ser admitido à formação sacerdotal implica:
a) A assiduidade a um acompanhamento prévio que possibilite a averiguação das alíneas de a) a f) dos critérios para a admissão ao Seminário Vocacional.
b) O depoimento do pároco ou de um outro presbítero que ajude a confirmar os dotes humanos e morais, espirituais e intelectuais, saúde física e psíquica, e a vontade reta requerida para assegurar a consistência do ministério sacerdotal (cf. CDC can. 241 §1).
c) Ter celebrado o Sacramento da Confirmação, para uma melhor formação na base da consciência e vivência feliz do ser discípulo-missionário.
d) Manifestar uma abertura transparente e uma docilidade alegre para se deixar formar na base de uma identidade segura, uma pertença consciente e uma disponibilidade para o serviço tão necessária à fraternidade entre os presbíteros e à fidelidade no serviço em comunhão com o Bispo diocesano.
Para mais informações: www.seminario.diocesedeviseu.pt
G.I./J.B./P. António Jorge