Encontro Nacional deixa pistas para transformar o mundo na justiça e na paz.
O IV Encontro Nacional de Leigos realizou-se hoje em Viseu com propostas dirigidas aos 600 participantes de contemplação do universo, descoberta da beleza e encontro com a esperança.
Depois de um ciclo de cinema, com sessões semanais e depois do concerto musical de Samuel Úria, ontem, na Aula Magna do Politécnico de Viseu, o IV Encontro Nacional de Leigos realizou-se hoje, na Expocenter, durante a manhã e prosseguiu, à tarde, em seis auditórios de outras tantas instituições que os facultaram, para a realização de ateliês temáticos.
Na abertura um Ensamble de Saxofones e um outro de Flautas, ambos do Conservatório de Música de Viseu deram uma tonalidade musical de grande nível, muito aplaudida.
Paolo Galardi, artista e conselheiro espiritual do atelier de Teologia do Centro Aletti, em Roma, disse no IV Encontro Nacional de Leigos que esperança “não é otimismo” e não consiste em “ter sucesso”.
“Na Igreja continuamos a esperar o sucesso, os números, o fruto das nossas obras. Esperamos que as nossas associações cresçam, esperamos que o nome de Cristo seja reconhecido nos nossos ambientes de trabalho”, alertou Paolo Galardi.
“A nossa esperança não é otimismo, não consiste em viver confiando numa deusa da sorte que talvez faça girar as coisas a nosso favor”, acrescentou.
Para o artista e conselheiro espiritual do Centro Aletti o caminho das pessoas “não é só aquele de conformar-se sempre mais a Cristo, mas é também aquele de reconduzir a Cristo todas as coisas”.
“Se as nossas esperanças são tão pobres e frágeis que se perdem no caminho, é porque ainda trabalhamos para nós mesmos, e esperamos as nossas ideias”, acrescentou.
Paolo Galardi referiu-se também ao conceito de beleza, afirmando que “não é um absoluto, uma perfeição ideal”.
“Quando se coloca amor numa atividade ela torna-se bela, e o fruto dessa atividade é belo.
“Numa comunidade em que haja fealdade falta o amor”, afirmou.
O sacerdote italiano lembrou que “uma pessoa é atraída pelo que é belo, não pelo que é ótimo”.
A cosmologista Marisa Cristina March propôs uma redescoberta do universo a partir do significado que Deus lhe dá.
“Nós não vivemos num universo estéril, vazio, solitário, vivemos num universo em que Deus entrou, em que Deus montou a Sua tenda connosco”.
Para a Cristina March, o universo “encontra o seu significado só em Deus” e cada pessoa encontra o seu “verdadeiro sentido e identidade em Deus”.
“É bom tomar tempo, em silêncio para contemplar o universo, olhar para a beleza das “montanhas, praias, estrelas e galáxias, ponderar a sua história”, sublinhou.
“Deus é distinto da Sua Criação, mas entrou nela e tomou a natureza humana. Há uma profunda conexão entre Deus, nós mesmos e a Criação. Nós não vivemos num universo fútil, sem sentido, mas vivemos num universo que é rico de expetativa, rico de esperança”, insistiu a conferencista.
O IV Encontro Nacional de Leigos decorreu em Viseu durante este sábado em torno do tema “Este é o tempo”, tema que D. Ilídio desenvolveu na Eucaristia de encerramento, na Sé, às 19:00 horas.
G.I./Ecclesia:PR