Novo diretor quer fazer caminho com os jovens e todos os responsáveis do sector. D. Joaquim Mendes enaltece respostas ao inquérito preparatório do Sínodo que afirma «ser para todos».
O padre Filipe Diniz, novo diretor do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, afirmou hoje ser necessário sair das “quatro paredes da Igreja” e ir ao encontro dos jovens.
“Fazemos a queixa de que os jovens não estão no espaço Igreja mas os jovens têm consciência da Igreja. Quando provocados eles falam da Igreja. Se eles perderam o hábito de frequentar o espaço porque não se sentem acolhidos, acham que não são escutados… a consciência existe. Temos de sair do espaço de quatro paredes e ir ao encontro”, afirmou o novo responsável à Agência ECCLESIA, durante a reunião dos secretariados diocesanos do setor que decorreu em Fátima.
Como caminho essencial o sacerdote privilegia a “proximidade” e a “escuta”.
“Para que haja discernimento, para que o jovem saiba o que quer da sua vida, é preciso capacidade de acompanhar. É preciso tempo para encontrar as coordenadas certas para este caminho”.
Sem nenhum projeto já delineado para o Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, o padre Filipe Diniz afirma que mais importante é “escutar os jovens” antes de qualquer programa a iniciar e que este é um trabalho que quer fazer em conjunto com os responsáveis diocesanos e dos movimentos juvenis.
A reunião com os responsáveis dos secretariados diocesanos da pastoral juvenil incidiu sobre o Sínodo dos Bispos que vai decorrer em outubro de 2018, no Vaticano.
Apesar de ao secretariado do Sínodo terem chegado cerca de 300 mil respostas ao inquérito, D. Joaquim Mendes, presidente da Comissão Episcopal do Laicado e da Família, advertiu que o inquérito está ainda disponível até dezembro e solicitou a participação.
” O Papa quer ouvir todos, os que estão dentro e fora da Igreja, que são crentes e não crentes. Este não é um Sínodo para os jovens, mas o Papa quer um Sínodo com os jovens”, afirmou à Agência ECCLESIA.
Para o responsável episcopal o caminho sinodal é uma “oportunidade” para “despertar para a realidade dos jovens”.
“Falamos muito dos jovens mas a nível prático se calhar podíamos fazer mais”, reflete o bispo sublinhando a necessidade de “mudar o tecido eclesial das comunidades”.
das respostas recebidas no inquérito preparatório para o Sínodo, cujo conteúdo foi sintetizado e enviado para o Vaticano, D. Joaquim Mendes destaca dois temas: família e relação entre os jovens e a Igreja.
“Significa, por um lado, que a família está no coração dos jovens e, por outro, que os jovens querem sentir-se membros e participantes da vida eclesial”.
O responsável admite que os espaços de acompanhamento dos jovens podem não ser suficientes mas afirma que este “é um novo tempo”.
“Estamos num momento cultural complexo, temos de procurar responder aos jovens deste tempo, às inquietações, problemas e fazer caminho com eles”.
G.I./Ecclesia:HM/LS