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Realizou-se ontem, em Fátima, o Encontro Nacional de Diáconos Permanentes, tendo como tema “a diaconia e a caridade da Igreja no mundo contemporâneo”.
D. António Augusto de Oliveira Azevedo (Porto) presidiu à oração de Laudes e à abertura dos trabalhos, juntamente com D. Nuno Manuel dos Santos Almeida (Braga) e o Pe. José Alfredo Ferreira da Costa (Porto), na qualidade de membros da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios.
“O diácono e o exercício da caridade” foi tema da primeira conferência, proferida pelo Professor João Duque, da Universidade Católica Portuguesa (Braga), realçando que o exercício da caridade é uma responsabilidade de todo o cristão e não é delegável. Por isso, a função do diácono, segundo ele, não é para dispensar quem quer que seja, nas comunidades, dessa responsabilidade, mas é para “organizar o modo de praticar” a caridade, de modo que todos e cada um sintam que o exercício da caridade é o selo de autenticidade do seu “ser cristão”.
Porque “a caridade não se exercita em relação a grupos, mas se exercita em relação à pessoa, um a um, na relação interpessoal”, poderá parecer que “organizar a caridade é incompatível com a necessária relação interpessoal”. O Diácono aparece, desde as primitivas comunidades cristãs, não “para que ele pratique a caridade”, dispensando os outros dessa responsabilidade, mas para “organizar o modo de praticar” a caridade, naquela comunidade concreta, a que ele pertence.
João Duque esclareceu também a relação entre o “serviço da caridade” à comunidade e o serviço litúrgico” ao Bispo, que, sendo diferentes, estão implicados, porque a liturgia é “celebração da caridade” que caracteriza a comunidade cristã – “nisto conhecerão que sois meus discípulos”.
O exercício da caridade, obrigação de todo o cristão, deve mostrar “especial preocupação com os mais débeis”, “os que perderam a capacidade de tomar conta de si” e que a sociedade descartou, porque deixaram de produzir.
É função do diácono “vigiar”, para que os Centros Sociais, com a preocupação de uma boa gestão, não transformem a prática da caridade em negócio. Cabe-lhe ainda, segundo o conferencista, “acompanhar os grupos sócio-caritativos” para que a sua acção não seja apenas “caridadezinha”, mas seja transformadora (sal e fermento) da comunidade e da vida de quem dá e de quem recebe, onde a caridade seja também justiça”.
Pedro Valinho, do Santuário de Fátima, falou sobre “o diácono e o estilo mariano de servir”, no contexto do Centenário das Aparições de Maria em Fátima.
A jornada, em que participou mais de meia centena de diáconos permanentes de dez dioceses, com alguns sacerdotes assistentes, terminou com a celebração da Eucaristia, na Casa de Nossa Senhora das Dores, onde decorreram os trabalhos.

G.I.

CategoryFátima, Igreja, Pastoral

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