D. António Augusto Azevedo lembrou as muitas vidas marcadas pela «violência, maldade e desumanidade».
A Sé do Porto acolheu este domingo a celebração nacional da ‘Luz da Paz de Belém’, iniciativa que este ano juntou o Corpo Nacional de Escutas (CNE) e a Cáritas Portuguesa, no âmbito da campanha ’10 milhões de Estrelas.
Na celebração eucarística que marcou o evento, D. António Augusto Azevedo, bispo auxiliar do Porto, fez votos de que esta chama, vinda da Terra Santa, possa agora “brilhar intensamente” no meio de “todos” os portugueses, nesta quadra natalícia.
“Que todos nós, congregados à volta desta luz de Cristo, reconheçamos a necessidade e a urgência de a partilhar, não vamos guardá-la só para nós, muito menos escondê-la ou envergonharmo-nos dela. Antes vamos mostrar e partilhar esta luz, para que o seu brilho se propague”, exortou aquele responsável católico.
D. António Augusto Azevedo lembrou concretamente a importância de fazer chegar a ‘Luz da Paz de Belém’ aos mais necessitados da sociedade e também àqueles que sofrem hoje com a guerra e a violência.
“De facto, há tantas vidas, tantas zonas e espaços com a marca do sofrimento, da tristeza, da escuridão, isto na vida de povos, de pessoas. Na vida das nações, há demasiados sinais de violência, de maldade, de desumanidade. Ainda existem neste mundo tantas trevas a precisar de luz”, apontou.
A ‘Luz da Paz de Belém’ é uma iniciativa mundial que pretende assinalar o Natal e testemunhar no meio da sociedade os valores da esperança e da vida, com base no nascimento de Cristo.
Esta chama veio da Gruta da Basílica da Natividade, em Belém, na Terra Santa, colhida a 25 de novembro por uma criança austríaca, e quatro elementos do Corpo Nacional de Escutas transportaram depois a luz diretamente de Viena para a cidade do Porto.
Durante os próximos dias, escuteiros e elementos da Cáritas Portuguesa vão andar pelo país a distribuir essa luz, no âmbito da campanha solidária ’10 Milhões de Estrelas’.
Um projeto que desafia a um gesto concreto pela paz através da aquisição de uma vela para ser acesa na noite do dia 24 de dezembro, com parte das verbas recolhidas (35 por cento) a serem canalizadas este ano para o apoio às vítimas dos incêndios.
Os outros 65 por cento serão remetidos para vários projetos que a Cáritas tem em marcha, nas dioceses e paróquias, junto das famílias e pessoas mais desfavorecidas.
“Multipliquemos neste Natal os gestos de partilha com os mais pobres, os sinais de ternura, de carinho nas famílias, nos grupos, nas comunidades”, pediu D. António Augusto Azevedo, que concluiu a sua homilia fazendo votos de que todos os portugueses tenham “um Natal autêntico e feliz”.
No início da celebração, o chefe nacional do CNE, Ivo Faria, fez votos de que a luz vinda de Belém “brilhe no coração de cada homem” e que todos os portugueses se deixem “mover”, em gestos de solidariedade, junto de quem mais precisa.
Envolvidos na distribuição da ‘Luz da Paz de Belém’ por todo o país, também através da campanha ‘10 Milhões de Estrelas’, estarão as delegações das 20 regiões escutistas e das Cáritas diocesanas.
A partilha será feita em diversos contextos sociais, como hospitais, instituições de solidariedade social, estabelecimentos prisionais, com o intuito de chegar a todas as famílias portuguesas.
G.I./Ecclesia:JCP