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Papa Francisco alertou ontem para o fenómeno do «inverno demográfico» que cresce em todo o mundo.
O Papa salientou hoje a palavra “fecundidade”, a partir do Evangelho deste dia, para alertar para o fenómeno do “inverno demográfico” que marca cada vez mais nações em todo o mundo.
“Países que escolheram o caminho da esterilidade e sofrem desta doença tão feia que é o inverno demográfico. Uma realidade que todos conhecemos. Não fazem filhos, porque o bem-estar isto, porque aquilo”, apontou Francisco, durante a missa na Casa de Santa Marta.
Na sua homilia, o Papa argentino frisou que na Bíblia, a fecundidade é sempre uma bênção, porque é também sinal da presença de Deus.
“Povoem a terra, sejam fecundos foi o primeiro mandamento que Deus deu aos nossos pais. Onde há Deus, há fecundidade. Países vazios de crianças, isto não é uma bênção”, reforçou Francisco, que depois usou a imagem de “um berço vazio” para perguntar que “fecundidade” é que as pessoas vivem na sua vida, na sua fé.
“O diabo quer a esterilidade. Quer que cada um de nós não viva para dar vida seja física, seja espiritual aos outros. Quer que cada um de nós viva para si mesmo: no egoísmo, na soberba, na vaidade”, disse o Papa.
Na sua reflexão, Francisco frisou uma mensagem que vale para todas as pessoas, solteiras, casadas, leigos e consagrados, membros do clero.
E recordou “o exemplo de um missionário idoso da Patagónia que, com 90 anos, dizia que a sua vida tinha passado como um sopro mas que agora perto do fim tinha muitos filhos espirituais ao seu lado”.
“É uma graça ter filhos ao nosso lado, que nos fecham os olhos no momento da morte. Podemos até não casar, como os sacerdotes e consagrados, mas devemos viver dando a nossa vida aos outros. Ai de nós se não formos fecundos com as boas obras”, alertou.
O Papa argentino concluiu a sua intervenção com uma pergunta que remete para o sentido do Natal, da presença do Menino Jesus, que neste tempo de Advento ainda não está no berço do presépio.
“Um berço vazio pode ser símbolo de esperança porque virá uma criança, ou pode ser um objeto de museu, vazio toda a vida. O nosso coração é um berço. Como está o nosso coração? Está vazio, sempre vazio, ou será um coração mantido como um objeto de museu que jamais estará aberto à vida e a dar a vida?”, interpelou.
G.I./Ecclesia:JCP

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