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Comunidades que seguem calendário Juliano marcam presença em Portugal.
As comunidades greco-católica e ortodoxa, de tradição bizantina, vão celebrar a partir da noite de sábado o nascimento de Jesus Cristo, segundo o calendário juliano.
O padre Natanael Mykola Harasym, da capelania da Igreja Greco-Católica Ucraniana em Lisboa, afirma que não está em causa a celebração de dois natais, mas “o Natal em duas datas diferentes”, agora a 7 de janeiro.
“Na Ucrânia celebramos o Natal em duas datas diferentes. A 25 dezembro pelo calendário Gregoriano e 7 de janeiro no calendário juliano, que ainda seguimos pela comunhão com a maioria ortodoxa no nosso país”, explicou o vigário paroquial coadjutor de Benfica, no Patriarcado de Lisboa.
O calendário solar juliano foi criado em 45 a.C. pelo imperador romano Júlio César e difere do calendário gregoriano, utilizado no Ocidente.
Frei José Nunes, comentador do Programa ECCLESIA (RTP2), disse na emissão transmitida hoje que esta diferença é “interessante” porque recorda a todos que “as datas são simbólicas, e têm significação teológica importante”.
Em declarações à Agência ECCLESIA, o padre Natanael Mykola Harasym destaca que chamar “Natal Ortodoxo” à celebração deste domingo não é correto porque, por exemplo, os Ortodoxos gregos, os búlgaros, os romenos e os da Finlândia “já celebraram o Natal a 25 de dezembro”.
O sacerdote da Ordem de São Basílio Magno explica que quando o calendário Gregoriano entrou em vigor, em 1582, o Natal era celebrado “só com 10 dias de diferença”.
“Ganhamos mais três dias ao longo de quase 500 anos e se continuarmos, a partir de 2100, celebramos o Natal a 8 de janeiro”, acrescenta.
Sobre as tradicionais trocas de prendas associadas à época festiva, o padre da capelania da Igreja Greco-Católica Ucraniana em Lisboa explica que foi no dia de São Nicolau, a 18 e 19 de dezembro.
“Para deixar no Natal que o presente, que dá presença, seja Cristo Jesus”, observou.
O padre Natanael Mykola Harasym adianta que vai visitar os fiéis de “casa em casa”, onde faz uma “breve oração, a aspersão e bênção das famílias”, que “alude à visita Pascal” em Portugal, e é a chamada “visita jordânica”.
Neste contexto, na Epifania existe o “sacramental da água”, a bênção que também “pode ser dentro da igreja” e “é realizado de forma muito solene” porque “invoca o batismo”.
A água não é trazida do Rio Jordão, onde Jesus foi batizado, mas “tem o mesmo sentido do batismo do Senhor” e do de cada fiel.
G.I./Ecclesia:HM/CB/OC

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