Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

Experiências da Comunidade ecuménica de Taizé mostram ser possível a unidade.
O Oitavário de Oração pelas Unidade dos Cristãos, que hoje tem início, pode ser uma ocasião para sair do “politicamente correto” e promover “tomadas de posição conjuntas” entre as Igrejas cristãs.
“Acho que estamos sempre aquém. Somos muito politicamente corretos no discurso mas na prática não vemos isso a acontecer tantas vezes”, indica à Agência ECCLESIA Andreia Carvalho, participante no encontro europeu de Taizé, que aconteceu em Basileia, na passagem de ano.
A assistente social, que assiduamente se desloca à Comunidade ecuménica de Taizé, em França, afirma que “tomadas de posição conjuntas em temas sociais e políticos, em especial, sobre os refugiados”, seriam benéficas e possíveis pois, “na essência e crença, estamos todos juntos”.
O encontro europeu de Taizé, entre 28 de dezembro de 2017 e 1 de janeiro de 2018, decorreu em Basileia, cidade suíça, numa organização conjunta com a Alemanha e a França.
O local, com uma “forte dinâmica ecuménica que marca a estrutura da cidade” foi um elemento constitutivo do encontro.
O programa do encontro, que compreende o acolhimento dos participantes em famílias locais, momentos fortes de partilha e reflexão em grupos, orações, e visita a locais e instituições da cidade, prevê a cada noite uma alocução do prior da comunidade ecuménica de Taizé, o irmão Alois Loeser.
As palavras do responsável foram, para Andreia Carvalho, “mais insistentes que nunca” no que se refere ao ecumenismo.
“Não chegou já o tempo de as Igrejas separadas ousarem colocarem-se sob um mesmo teto sem esperar mais, mesmo antes que um acordo seja encontrado para todas as questões teológicas”, questionou o irmão Alois na meditação da noite do dia 30.
Para a participante portuguesa a insistência do responsável estava “legitimada” pelas palavras do Papa quando em outubro visitou a Suécia, por ocasião do 500º aniversário da Reforma protestante.
“Espírito Santo, dá-nos a alegria de reconhecer os dons que foram trazidos à Igreja através da Reforma”, afirmou Francisco na ocasião.
“Há uma abertura da Igreja católica para um impulso prático nesta relação”, enfatiza a assistente social e antigo elemento do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil.
Andreia Carvalho sublinha que a comunidade ecuménica de Taizé propõe o que vive.
“É possível e acontece com naturalidade e a comunidade ecuménica é um exemplo disso, seja em Taizé, no Brasil ou no Bangladesh. Eles falam de gestos que vivem”.
A participante portuguesa lembra o contacto com um pastor protestante, em Basileia, que lhe confirmou a “autorreferenciação” e desconhecimento de outras Igrejas.
“Somos muito autocentrados, autorreferenciais. Temos muita dificuldade em conhecer a realidade do outro e facilmente a rotulamos. Fazer com e caminhar com é o mais importante”.
Nesse sentido, Andreia Carvalho gostaria de ver “orientações mais concretas e transversais da Igreja” para ações ecuménicas conjuntas.
“Apesar de alguns exemplos de paróquias e comunidades, são muito necessárias presenças conciliadoras nos diferentes contextos que vivemos. Se não formos nós, cristãos, esse exemplo e se não conseguirmos as tomadas de posição e gestos conjuntos, a capacidade de cada Igreja é menor”.
O Oitavário, que se estende até ao dia 25 de janeiro, consiste numa semana de oração pela unidade e é considerada a maior iniciativa ecuménica anual.
O Oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos e o encontro europeu de Taizé vai estar em destaque no programa Ecclesia do próximo domingo, na Antena 1.
G.I./Ecclesia:LS

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