Defesa das populações indígenas e do ambiente, condenação da corrupção e apoio à comunidade católica foram mensagens centrais.
O Papa encerrou hoje a sua primeira viagem ao Peru, onde chegou esta quinta-feira, após ter deixado mensagens em defesa das populações indígenas e do ambiente, de condenação da corrupção e de apoio à comunidade católica.
Francisco começou a segunda etapa da sua 22ª viagem internacional, iniciada esta segunda-feira no Chile, com uma deslocação à localidade de Puerto Maldonado, na Amazónia peruana, onde denunciou a exploração de recursos naturais e a violência contra as populações indígenas, preocupação que seria retomada em Lima, perante as autoridades políticas.
O Papa ligou a degradação do meio ambiente à degradação moral, em particular ao “vírus social” da corrupção, desejando uma cultura da transparência que ajude a melhorar uma vida política “doente”.
O encontro com milhares de representantes dos povos amazónicos marcou o arranque da preparação para a assembleia especial do Sínodo dos Bispos para esta região, que vai decorrer em 2019; o “Papa amazónico”, como se ouviu gritar, foi homenageado com símbolos que reconhecem a sabedoria.
A violência contra as mulheres foi outro tema presente nas intervenções papais, com uma condenação explícita do feminicídio.
No sábado, Francisco deslocou-se à costa do Pacífico, celebrando Missa para meio milhão de pessoas em Trujillo, localidade onde recordou as vítimas do fenómeno ‘El Niño costeiro’, que matou dezenas de pessoas e deixou milhares de desalojados em 2017; o Papa passou pelo bairro de ‘Buenos Aires’ para estar mais perto das populações afetadas.
A viagem foi depois dedicada à comunidade católica, que acompanhou o pontífice com entusiasmo, desde o norte, com destaque para a celebração em honra da Virgem Maria, à capital, onde Francisco se encontrou com religiosas de clausura, homenageou os santos peruanos, falou com os bispos e deixou mensagens aos jovens.
Centenas de milhares de pessoas acompanharam esta viagem, pelas ruas do Peru, que terminou com a celebração da Missa na Base Aérea Las Palmas, perante uma multidão estimada em mais de um milhão de participantes; a cerimónia de despedida, no aeroporto militar de Lima, começou com um ligeiro atraso e o voo para Roma partiu cerca das 19h10 (mais cinco horas em Lisboa).
A chegada à capital da Itália verificou-se pelas 14h15 (13h15 em Lisboa) desta segunda-feira.
G.I./Ecclesia:OC