Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

A igreja paroquial de Ranhados, em Viseu, foi na noite de 28 de abril o palco escolhido para a apresentação da obra sobre a primeira alteração estatutária da Irmandade de Nossa Senhora da Ouvida, de 1688, depois do nascimento da mesma em 1629.

A obra foi editada em parceria pela paróquia de Ranhados e pela junta de freguesia. Foi realizada por João Ferreira da Fonseca, historiador com origens em Ranhados, contou com o prefácio do Bispo D. Ilídio Leandro, e apresentação do Padre Armando Esteves Domingues, Vigário-geral da Diocese e Pároco do Viso.
A história desse “achado notável”, como considerado pelo autor João Ferreira da Fonseca tem um início “feito por acaso”. A obra, escrita em português do século XVII, foi descoberta num alfarrabista em Lisboa, pelo “olheiro Paulo Galveias”, como lhe chamou Luís Filipe Mendes, presidente da Junta de Freguesia de Ranhados, instituição parceira na edição da obra, juntamente com a paróquia de Ranhados.
João Ferreira da Fonseca realizou o trabalho da transcrição para português atual, mas fez algo mais. O historiador, ao analisar “este livro de estatutos, que é um livro de regras”, concebeu “retratar a vida dos irmãos” que serviram a irmandade, e dotar a obra nascente de uma contextualização histórica local e nacional, em vários vetores. A ideia que cedo lhe ficou, da leitura da revisão estatutária de 1688, foi de “uma irmandade ativa e democrática” onde todos os irmãos eram ouvidos.

Irmandades renovadas

O Padre José Pedro, pároco de Ranhados, conduziu a sessão e logo enfatizou “a relíquia da história religiosa” que é a obra ‘descoberta’ em Lisboa, e o trabalho realizado pela Irmandade de Nossa Senhora da Ouvida ao longo de quase quatro séculos. Considerando que a existência de uma irmandade “é sempre uma realidade importante numa paróquia”, o Padre José Pedro sustentou que esta obra agora tornada pública constitui “uma oportunidade para renovar, rejuvenescer as irmandades que temos”, porque “algumas já não têm vida”, referiu.
O Bispo D. Ilídio Leandro também focou a sua comunicação na necessidade de renovação das irmandades “nãos apenas nas opas mas nos atos para as quais foram fundadas”. “Há formas de ser de algumas irmandades que até estorvam e importunam nos atos em que participam, por não exprimirem bem as razões que levaram à sua fundação”, garantiu.
O chefe da Igreja Diocesana de Viseu sustentou que os verdadeiros valores que justificam a existência das irmandades devem focar-se no “acompanhamento dos irmãos que precisam da irmandade, na dor e na solidariedade”.
Na apresentação da obra, o Padre Armando Esteves Domingues expôs algumas ideias fundamentais relacionadas com a forma como o autor criou o texto, aludindo aos diversos capítulos que compõem a obra. “Havia uma grande sintonia entre os irmãos e os clérigos”, no fundo, entre os “cristãos batizados”, referiu o Padre Armando que sublinhou ainda que “constatei um grupo de homens que nunca se deixaram abater”, aludindo aos irmãos como “testemunhas do espírito das obras de misericórdia”. O apresentador da obra lembrou a importância desta e das outras irmandades e do seu papel como “agentes caritativos de proximidade”, concluiu.
A obra original, de 1688, esteve exposta a meio da igreja, junto dos exemplares da obra recém-publicada, que foi vendida a 10 euros, dinheiro que reverterá para a paróquia de Ranhados.
G.I./J.B.:PBA

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