Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

Novo bispo de Viseu foi enfermeiro, acompanha o debate sobre a Lei de Bases da Saúde e diz que temas da vida na política indicam abandono de causas que «dão mais trabalho».
O novo bispo de Viseu, enfermeiro no bloco operatório dos Hospitais da Universidade de Coimbra durante 10 anos, disse à Agência ECCLESIA que o trabalho de enfermagem acontecia num “ambiente muito familiar”, de “grande responsabilidade”, comparável a um “sacrário”.
“Lembro-me muito de uma frase no encerramento do curso de D. Alberto Cosme do Amaral, na altura bispo auxiliar de Coimbra, que dizia que quem trabalha no bloco operatório, é como quem trabalha num sacrário. Eu fui, depois, trabalhar para o bloco operatório. Nunca mais me esqueci destas palavras”, referiu D. António Luciano.
Para o novo bispo de Viseu, o trabalho como enfermeiro foi uma oportunidade de “muito contato com as pessoas simples, humildes, pobres, doentes”, num local de trabalho “onde a vida entra e pode não sair”.
“É preciso tudo estar bem preparado, tanto da parte médica como da enfermagem, técnica e do pessoal de apoio. Houve sempre uma cooperação muito grande, um espírito de família, que eu devo a uma chefe enfermeira que tivemos, que comandava muitos profissionais e era um ambiente muito familiar”, acrescentou.
Nomeado bispo de Viseu no dia 3 de maio pelo Papa Francisco, D. António Luciano é natural de Seia, onde nasceu a 26 de Março de 1952, estudou enfermagem, trabalhou nos Hospitais da Universidade de Coimbra, fez o serviço militar em Moçambique e, aos 28 anos, iniciou a formação para a ordenação sacerdotal, que aconteceu na Sé da Guarda, no dia 29 de junho de 1985.
Até à nomeação episcopal, D. António Luciano era pároco de 8 paróquias na Diocese de Guarda, capelão hospitalar e universitário e professor de ética.
“Eu todos os dias estou no hospital”, afirmou.
Questionado sobre a nova Lei de Bases da Saúde, em análise por iniciativa governamental, D. António Luciano disse que é necessário olhar para “pessoa humana e para cuidados que se têm de dar com qualidade”, caso seja possível “saúde e respostas gratuitas para todos, melhor”, acrescentando que é necessário “saber aproveitar e valorizar” as iniciativas do âmbito privado e social.
D. António Luciano disse ainda que é necessário defender a “vida para todos”, valorizando consensos na sociedade em torno da rejeição da legalização da eutanásia.
“Se estamos numa sociedade que está a perder natalidade e onde o envelhecimento é global, devemos mostrar que queremos vida para todos. E se queremos, temos de lhe dar qualidade”, afirmou.
A saúde e as respostas do Governo devem seguir a linha de prestação de cuidados continuados e paliativos com qualidade. Eu sei que isto gasta dinheiro e envolve mais pessoal, mas isto é dignificante do ser humano, do seu valor e da sua presença no mundo”, acrescentou.
O novo bispo de Viseu considera que os políticos devem “ir ao terreno” para “ver as suas necessidades e melhorá-las”, mesmo que isso exija “mais esforço”.
“Em nome da ideologia, pegam-se em assuntos que são importantes para o debate, mas outros são mais relevantes para as pessoas viveram com dignidade: Será que o saneamento público existe hoje em todos os lugares? Ou água potável? Isso é fundamental”, lembrou.
“Este sinal hoje de estarmos a trabalhar para destruir a vida é muito negativo e terrível”, sublinhou D. António Luciano
A ordenação episcopal de D. António Luciano vai decorrer este domingo, na Sé da Guarda, a partir das 16h00, e o início da sua atividade na Diocese de Viseu está marcado para o dia 22 de julho.
G.I./Ecclesia:PR

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