Reações do diretor do Serviço Jesuíta aos Refugiados e o alto-comissário para as Migrações.
O português António Vitorino foi eleito diretor-geral da Organização Internacional das Migrações (OIM), esta sexta-feira, em Genebra, e o diretor do Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS Portugal) espera o “contributo decisivo” para “migrações mais” justas.
“A minha expetativa é que o António Vitorino possa dar contributo decisivo para um mundo mais pacificado e na matéria das migrações mais justo para todos”, disse André Costa Jorge, esta sexta-feira, em Lisboa.
Em declarações à Agência ECCLESIA, o diretor do JRS Portugal realçou que o novo diretor-geral da OIM é uma pessoa que conhece o tema das migrações e estão “muito confiantes” que o seu desempenho “possa ser muito positivo” no organismo internacional.
Por sua vez, o alto-comissário para as Migrações desejou “os maiores sucessos” a António Vitorino que “muito tem colaborado com o Alto-Comissariado e o Observatório das Migrações”.
“É mais um posicionamento de um português com tudo o que isso simboliza também de reconhecimento para o trabalho que fez em Portugal”, referiu Pedro Calado, à Agência ECCLESIA.
À margem do seminário ‘Reflexão e Ação para o Desenvolvimento Global’, o alto-comissário considera que a eleição vai ser “uma grande oportunidade” para o Alto Comissariado para as Migrações “estreitar ainda mais relações com a Organização Internacional das Migrações”.
O diretor do JRS Portugal salientou ainda que “é importante” independentemente da nacionalidade de quem desempenha essas “altas funções” na OIM possa ser uma organização que “ajude na definição das políticas em termos globais”, para que se reduzam “as situações de injustiça e de tantas violações aos direitos humanos dos migrantes”.
“Que se possa construir para o futuro uma visão das migrações globais que descriminalizem as migrações, que tornem uma oportunidade para os países de acolhimento e também apoiem os países de origem para as migrações possam ser feitas em condições de legalidade, segurança para que os riscos deixem de existir para que possamos todos viver num mundo em que tantas matérias é global mas nas migrações é desigual”, desenvolveu André Costa Jorge.
O antigo governante português e ex-comissário europeu para a Justiça foi eleito na quinta ronda de votações, depois de ter vencido na ronda anterior a atual vice-diretora-geral da OIM, a costa-riquenha Laura Thompson.
O mandato de António Vitorino vai começar no próximo dia 1 de outubro e é por cinco anos e vai suceder ao americano William Lacy Swing, que cumpriu dois mandatos; Esta é a primeira vez desde a década de 1960 que não é um norte-americano a liderar a Organização Internacional das Migrações.
Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros considerou que a eleição de António Vitorino “demonstra a muito elevada relevância que Portugal atribui à temática e ao diálogo em matéria de migrações e à premente necessidade de serem encontradas soluções eficazes para os problemas migratórios no quadro internacional”.
A Organização Internacional para as Migrações criada em 1951 é “a principal organização intergovernamental” no campo da migração e trabalha em estreita colaboração com parceiros governamentais, intergovernamentais e não-governamentais.
G.I./Ecclesia:CB