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Bispo de Lamego recorda aos padres portugueses a importância de «intimidade» com Deus e a Bíblia.
D. António Couto, bispo de Lamego, disse hoje durante o Simpósio de Clero, em Fátima, que os padres devem ter como marca da sua vida a “intimidade” com Deus e a Bíblia.
“Nós somos o que somos dentro, não o que temos fora”, observou, numa conferência intitulada ‘O Padre: ministro e testemunha da Palavra’.
A intervenção destacou que o padre não pode ser apenas “alguém que está no mundo”, mas também “alguém que está no Livro”.
“As palavras não são teoremas, a palavra dirige-se a alguém e é preciso estabelecer comunicação, intimidade”, precisou, perante centenas de participantes no Centro Paulo VI.
Para o bispo de Lamego, especialista no estudo da Sagrada Escritura, Deus não “revela ou desvela coisas”, mas a “Si mesmo”, num “diálogo intimíssimo”.
“É preciso saber quem diz, como diz, não tanto o quê, onde diz. A intimidade é primeira”, assinalou.
O conferencista falou da Palavra de Deus como uma palavra que “toma de assalto” e inicia “um novo movimento no humano”, distinguindo entre a palavra “que faz barulho” e a “outra”, uma palavra interior que é “obra do silêncio”.
A Escritura é palavra de Deus enquanto sentido, meticulosa teia de sentido, por debaixo da rumorosa espuma das palavras”
“A palavra, a palavra mesmo, o Verbo de Deus, por quem e em quem vivem, respiram e suspiram todas as palavras e a inteira criação, está, pois, em estreita conexão com o silêncio e inspira todas as palavras”, acrescentou.
D. António Couto observou que Deus bíblico “não é o Deus da egologia ou da identidade, que à maneira do deus aristotélico, motor imóvel, se pensa e se contempla, mas é o Deus da alteridade, ou bondade” e que se revela para “instituir no humano o seu próprio movimento de alteridade”.
Neste sentido, o profeta é “aquele em quem Deus fala”, como “transparência” desse Deus vivo.
“O padre, servo de Deus vivo, da palavra ardente e fervente, não pode ser feito de palha ou de farfalha, como o espantalho. Arderia”, advertiu.
O Simpósio do Clero iniciou-se esta segunda-feira e prossegue até quinta-feira, com o tema ‘O Padre: ministro e testemunha da alegria do Evangelho’, numa organização da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios.
Os trabalhos começaram com uma evocação de D. António Francisco dos Santos, bispo do Porto falecido a 11 de setembro de 2017.
O simpósio contou com a presença do prefeito e do secretário da Congregação para o Clero, do Vaticano, respetivamente cardeal Beniamino Stella e o arcebispo Jorge Carlos Patrón Wong.
Na sessão de abertura, foi lida uma carta dos bispos de Portugal enviada ao Papa, onde manifestam apoio a Francisco e se comprometem com a erradicar as causas da “chaga” do abuso de menores por membros responsáveis da Igreja.
G.I./Ecclesia:OC

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