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O bispo emérito de San Sebastian apresentou no Simpósio do Clero a “nobreza, dificuldades e etapas” do celibato e disse que um celibatário, “com suficiente maturidade”, não tem tentações para se ligar a uma criança.
“Um celibatário, com suficiente maturidade, tem tentações para se ligar a um adulto ou a uma adulta, mas não a uma criança ou um pré-adolescente ou adolescente, como é o tema da pedofilia”, afirmou D. Juan María Uriarte.
Em declarações aos jornalistas, após ter apresentado a sua conferência sobre o celibato a mais de 400 sacerdotes, que participam no Simpósio do Clero, o bispo emérito de San Sebastian fundamentou-se em especialistas e na experiência para afirmar que a relação entre celibato e pedofilia “não existe”.
“A afirmação científica de especialistas, pelo menos cinco ou seis, está comprovada com a experiência. É curioso que os ministros de outras confissões, casados, tanto orientais como protestantes, a percentagem de ministros que incorrem neste tipo de graves delitos é igual ou maior do que os celibatários”, afirmou.
“O fato de que família é o lugar onde mais se pratica a pedofilia e por educadores casados com uma percentagem superior à dos celibatários indica que a relação entre celibato e a pedofilia não é real, não existe”, acrescentou D. Juan María Uriarte.
O bispo de Espanha referiu-se à “tristíssima experiência dos casos divulgados” de pedofilia na Igreja Católica, sublinhando que “tem uma responsabilidade maior pelo seu carácter educativo, exemplar, evangélico”.
Para D. Juan María Uriarte é necessário que outras instituições se comprometam no combate ao abuso de menores para erradicar um fenómeno que “está afligindo todos”.
“O Papa Francisco seguiu uma linha que o Papa Bento XVI começou a realizar com muita determinação”, lembrou o conferencista, referindo que os casos de oposição à firmeza do Papa são de quem tende a “ocultar a verdade”.
“É muito humano, mas pouco evangélico”, disse D. Juan Uriarte, esperando que Francisco “fique por muitos anos” e referindo que o caminho que está a seguir são “vias sem retorno”.
Juan Uriarte disse também que a educação para a afetividade e a sexualidade “são manifestamente insuficientes”, não só nos seminários, mas em geral.
O bispo emérito de San Sebastian considera que a educação sexual que se oferecia antes “pecava por defeito” e a que hoje é proposta “peca por superficialidade” e sustenta que há um caminho a fazer para a “educação para a afetividade e sexualidade celibatárias”.
“É um caminho que requer ser cultivado com intensidade, periodicidade e gradualidade, que ainda são objetivos desejáveis, embora menos distantes do que antes”, acrescentou.
Juan María Uriarte, autor do livro “O celibato – Apontamentos antropológicos, espirituais e pedagógicos” (Edições Paulinas), fez a conferência de encerramento do Simpósio do Clero, que hoje terminou em Fátima, e apresentou aos participantes uma proposta para uma vivência “progressiva” do celibato sacerdotal, em quatro etapas etárias, e indicando os possíveis desvios e “autoenganos” em cada uma delas.
G.I./Ecclesia:PR

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