Papa Francisco responde a anseios manifestados pelos jovens, em encontro ecuménico.
O Papa Francisco disse hoje na Estónia que a Igreja Católica tem de agir com transparência e honestidade para enfrentar os “escândalos económicos e sexuais” que afastam as pessoas das comunidades.
“Indignam-se com os escândalos económicos e sexuais contra os quais não veem uma clara condenação, o não saber interpretar adequadamente a vida e a sensibilidade dos jovens por falta de preparação, ou o papel simplesmente passivo que lhes atribuímos”, sublinhou, num encontro ecuménico com jovens de várias igrejas cristãs, em Talin.
A intervenção retomou vários dos alertas deixados pelo documento de trabalho do próximo Sínodo dos Bispos (3-28 de outubro), dedicado às novas gerações, com contributos de jovens de várias proveniências e convicções religiosas.
“Queremos dar-lhes resposta, queremos ser – como vós mesmos dizeis – uma ‘comunidade transparente, acolhedora, honesta, atraente, comunicativa, acessível, alegre e interativa’. Isto é, uma comunidade sem medo, os medos fecham-nos”, assumiu Francisco.
Falando na Kaarli Lutheran Church, o Papa afirmou, de improviso, que uma comunidade cristã é verdadeiramente cristã, “não faz proselitismo”.
“Escuta, recebe, acompanha, faz caminho, mas não impõe”, precisou.
O pontífice admitiu que, para muitos jovens, a Igreja deixou de ser uma referência de sentido para a vida.
“Quando nós, adultos, nos fechamos a uma realidade que é já um facto, dizeis-nos com ousadia: ‘Não o vedes?’. E alguns mais decididos têm a coragem de dizer: ‘Não vos dais conta de que já ninguém vos escuta, nem acredita em vós?’”, referiu.
Aqui, hoje, quero-vos dizer que desejamos chorar convosco, se estais a chorar; acompanhar com os nossos aplausos e nossos sorrisos as vossas alegrias; ajudar-vos a viver o seguimento do Senhor”.
O encontro contou com a presença do único bispo católico do país, o administrador apostólico de Talin, que acompanha uma comunidade com cerca de 6 mil pessoas (0,5% da população).
G.I./Ecclesia:OC