Numa iniciativa do Município de Tondela, ontem realizou-se uma celebração, na igreja paroquial de Tondela, sufragando as vítimas mortais dos incêndios do ano passado.
Com a presença dos Autarcas locais e das corporações de Bombeiros Voluntários de Tondela e do Vale de Besteiros, o pároco de Tondela, padre João Carlos, presidiu à Eucaristia, às 18:00.
Na homilia, destacou a importância da solidariedade cristã que irrompeu, diante da calamidade, auxiliando tanto os que perderam bens e familiares, como os que ficaram sem casa, ou moléstias físicas e psíquicas, por causa do fogo.
Viveu-se a experiência dramática da fragilidade do ser humano, diante da calamidade, mas ficou evidente a grandeza do mesmo ser humano, que é capaz de dar as mãos e se fazer próximo, lembrou o sacerdote, recordando que “enquanto há vida há esperança; a esperança é a última a morrer”.
Este acto de sufrágio e memória foi solenizado pelo Coro Polifónico da Casa do Povo de Tondela.
No final da Eucaristia, o Coro Polifónico interpretou o Stabat Mater e o Lacrimosa, iniciando um tempo de carácter mais cultural, que foi preenchido pelo Quarteto de Coimbra, instrumentos de corda e arco, que apresentaram música clássica e popular, interpretando a dor e o luto, pela saudade dos que partiram, mas alimentando também a esperança dos que estão vivos e se empenham na reconstrução das suas vidas.
José António de Jesus, presidente do Município de Tondela, no momento do concerto, introduziu palavras de agradecimento a todos os que participaram na celebração. Lembrou que, um ano depois da tragédia, voltámos a ter problemas por causa da tempestade Leslie, felizmente só com prejuízos materiais. Reafirmou o empenho da Autarquia na recuperação dos prejuízos e do ânimo das pessoas atingidas pela tragédia do ano passado.
Com esta tempestade, registaram-se quedas de árvores, causando danos em infraestruturas, veículos e mesmo construções.
A cruz luminosa instalada no cimo da torre da Igreja de Tondela foi derrubada, juntamente com a sua base. Também na torre da Igreja de Molelos se verificaram danos, ainda mais graves, pois até a própria cantaria da balaustrada cimeira foi derrubada.
G.I.