Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

Grupos linguísticos apresentam propostas antes de «pausa» para preparar semana final da assembleia.

Os participantes lusófonos no Sínodo dos Bispos, que decorre no Vaticano, propuseram hoje a criação de um observatório para a juventude, na Santa Sé.

O grupo de trabalho em língua portuguesa apresentou o seu relatório sobre a terceira e última parte do ‘Instrumentum Laboris’, o documento orientador da assembleia sinodal, sublinhando a “necessidade de integração e comunhão de todas as forças eclesiais que trabalham com juventude” e a exigência de estruturas paroquiais, diocesanas e nacionais que “favoreçam o diálogo e a missão”.

“Seria oportuno a criação de um ‘conselho’ ou ‘observatório’ mundial da juventude”, sustentam os participantes de Portugal, Brasil, Angola, Cabo Verde, Moçambique e Timor-Leste.

Outros grupos linguísticos, nos chamados “círculos menores”, também destacaram a necessidade de um organismo que coordene os “temas relacionados com os jovens”, no Vaticano e a nível mundial.

O círculo lusófono destacou ainda a “importância de um maior diálogo e colaboração entre os diferentes organismos da Cúria Romana que, de alguma maneira, têm relação com o mundo juvenil”.

O relatório em língua portuguesa, que é utilizada pela primeira vez como idioma oficial no Sínodo, apela a uma Igreja e sociedade “inclusivas”, capaz de promover a “solidariedade com os mais necessitados e o cuidado da casa comum”.

Em relação ao mundo digital, os representantes dos episcopados lusófonos sejam que os jovens sejam “protagonistas na evangelização e não somente destinatários”.

O documento convida a considerar o acompanhamento juvenil como um “verdadeiro processo de iniciação à fé cristã e à vida eclesial”.

“A Igreja é chamada a ajudar os jovens a terem uma visão integral da vocação, que leve em conta as dimensões humana, comunitária, espiritual, pastoral e social”, pode ler-se.

O texto alerta que, apesar de o termo “vocação” é suscetível de “algumas reservas”, é necessário “não descurar a promoção de uma cultura vocacional, com especial atenção à vocação especificamente religiosa e sacerdotal”.

Os participantes desafiam a comunidade católica a fazer “escolhas corajosas” em ordem à renovação da Pastoral Juvenil, investindo nela recursos humanos e materiais, incluindo “pessoas com dedicação exclusiva à pastoral juvenil”.

“O Sínodo é uma oportunidade de manifestar a opção preferencial pelos jovens, traduzida em escolhas concretas e corajosas a nível paroquial, diocesano, nacional e internacional”, assinala o relatório, com 18 pontos.

Outros temas abordados pelos grupos linguísticos foram as migrações; o acolhimento, nas comunidades católicas, das pessoas homossexuais; o papel das mulheres e a liderança na Igreja; ou a crise dos abusos sexuais.

“O documento final não pode começar sem uma palavra clara sobre o drama do abuso sexual de crianças e adolescentes”, escreve o grupo de trabalho de língua alemã, que pede “mudanças concretas” na prevenção e na resposta às vítimas.

O cardeal John Ribat, arcebispo de Port Moresby (Papua Nova-Guiné), disse esta tarde, em conferência de imprensa, que na Igreja “ninguém está excluído, todos estão em casa”.

O cardeal Blase Joseph Cupich, arcebispo de Chicago (EUA), defendeu, por sua vez, que os bispos devem “dar a voz” aos jovens.

“Os jovens pedem-nos que falemos de forma desafiante, aos líderes mundiais de hoje, em seu nome”, sublinhou.

Esta terça-feira, após uma pausa nas reuniões gerais e de grupo, vai ser apresentado o projeto para o documento final do Sínodo 2018.

A 15.ª assembleia geral ordinária do Sínodo dos Bispos, com o tema ‘Os jovens, a fé e o discernimento vocacional’, decorre até 28 de outubro.

A Conferência Episcopal Portuguesa está representada por D. Joaquim Mendes – bispo auxiliar de Lisboa e presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família -, e D. António Augusto Azevedo – bispo auxiliar do Porto e presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios.

OC

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