Mudar a sociedade implica começar no mais básico das relações humanas, aponta Francisco.
O Papa salientou hoje no Vaticano que a paz se constrói em “pequenos gestos”, e criticou uma sociedade onde muitos buscam apenas “o interesse próprio” e parecem apostados em “diminuir o outro”.
Na homilia da habitual Eucaristia diária na Casa de Santa Marta, publicada pelo serviço informativo da Santa Sé, Francisco alertou para uma “guerra” que tem como face mais visível a “rivalidade” entre nações, mas que começa a ganhar forma no mais básico das relações humanas, “em casa”, na “família”.
“Pensem nas disputas entre irmãos pela herança dos pais. É aqui que tudo começa”, sublinhou o Papa argentino, que destacou a necessidade de a paz ser feita “em cada família, em cada paróquia, em cada instituição e no local de trabalho”, “sempre em prol da união e harmonia e não do interesse de cada um”.
Francisco observou que há quem prolongue este clima de guerrilha social “de forma aberta e direta”, mas há quem também o faça “de luva branca”, na sombra.
O Papa lamentou ainda que muitas vezes os dramas que atingem comunidades e nações não motivem mudança mas sejam apenas olhados de forma distante e descomprometida.
“Pensemos na fome no Yémen, que é causada pela guerra no país. Aqui a reação é ‘estamos tão longe, coitadas das crianças… porque é que elas não têm comida”, exemplificou Francisco, para a seguir incentivar a uma mudança de mentalidade.
“Construir a paz com pequenos gestos abre um caminho de harmonia no mundo”, assinalou.
G.I./Ecclesia:JCP