D. António Augusto de Oliveira Azevedo – Presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios realça a tonalidade desta Semana:
A Semana dos Seminários é momento especial para olhar com mais atenção e cuidado para esta importante realidade da vida da Igreja. Um olhar de gratidão pelo imenso e fecundo trabalho que se tem realizado nos vários seminários, de forma discreta mas efetiva, em favor do povo de Deus. Um olhar de realismo, responsabilidade e compromisso diante dos desafios que a situação atual dos seminários do nosso país coloca a todos. Um olhar, acima de tudo, de confiança e esperança no Senhor que não deixa de chamar trabalhadores para a sua messe e no seu Espírito que os prepara e habilita para serem os evangelizadores que o mundo de hoje precisa.
O tema desta semana – «Formar discípulos missionários» – sublinha o objetivo fundamental dos seminários, apontado no mais recente documento da Congregação do Clero, (Ratio fundamentalis institutionis sacerdotalis): «A ideia de fundo é que os seminários possam formar discípulos missionários, “enamorados do Mestre”, pastores com o “cheiro das ovelhas”, que vivam no meio delas para servi-las e conduzi-las à misericórdia de Deus». Todo o batizado chamado à vocação sacerdotal é um discípulo gerado na família e na comunidade cristã que se dispõe a fazer um caminho de discernimento e preparação para participar, como pastor, na missão que Jesus confiou à Igreja. A formação inicial feita no seminário é indispensável para o sacerdócio e representa um caminho belo e exigente de amadurecimento humano, preparação intelectual, aprofundamento espiritual e sobretudo de configuração com Cristo, Bom Pastor.
Confrontada com os desafios colocados pela sociedade e a cultura de hoje, a missão da Igreja exige sacerdotes bem formados, chamados a ser «evangelizadores com espírito» e testemunhas da santidade de Deus. Para isso é fundamental que todos os agentes da formação – bispos diocesanos e seu presbitério, equipas formadoras, professores de teologia, colaboradores dos seminários, bem como as famílias, paróquias e outras realidades eclesiais – cumpram exemplar e dedicadamente a sua missão formativa. Mas é ao próprio seminarista que cabe a atitude decisiva de se dispor a ser um verdadeiro discípulo, capaz de sair de si mesmo, e na docilidade ao Espírito, caminhar em Cristo, em direção ao Pai e aos outros.
No contexto deste Ano Missionário importa sublinhar que os seminários formam discípulos para a missão da Igreja de hoje. Uma missão que é impressionante pela amplitude da sua dimensão, e sedutora porque arranca da experiência profunda e alegre da descoberta do Ressuscitado. «Do encontro com a pessoa de Jesus Cristo nasce a missão que não se baseia em ideias nem em territórios mas parte do coração e dirige-se ao coração» (Nota da CEP para o Ano Missionário). Esta missão é de tal modo apaixonante que continua a levar jovens e adultos a responder ao chamamento de Deus e a entrar no seminário.
Nesta semana rezemos especialmente pelos nossos seminários. Demos graças a Deus pelos seminaristas e pelas equipas formadoras. Peçamos que Ele os ilumine no caminho de um discernimento sério e uma entrega plena. Roguemos ainda ao Senhor que converta o coração de todos os batizados ao verdadeiro sentido de missão e àqueles que Ele chama ao ministério ordenado dê coragem para responderem com coragem e generosidade.
D. António Augusto de Oliveira Azevedo – Presidente da Comissão Episcopal
das Vocações e Ministérios