Papa Francisco associa-se a campanha em favor das crianças na Síria.
O Papa disse hoje no Vaticano que os católicos devem preparar o Natal com os olhos postos nas vítimas da fome e da guerra, tendo-se associado simbolicamente a uma campanha internacional em favor das crianças na Síria.
“O Advento convida-nos a um compromisso de vigilância, olhando para fora de nós mesmos, alargando a mente e o coração para abrir-nos às necessidades dos irmãos e ao desejo de um mundo novo: é o desejo de tantos povos martirizados pela fome, pela injustiça e a guerra; é o desejo dos pobres, dos fracos, dos abandonados”, advertiu, desde a janela do apartamento pontifício.
Perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, para a recitação do ângelus, Francisco assinalou o início de um novo ano litúrgico na Igreja Católica, com o tempo do Advento, os quatro domingos que antecedem o Natal, que apresentou como “tempo de esperança”.
“Neste momento, gostaria de tomar como minha a esperança de paz das crianças da amada Síria, martirizada por uma guerra que dura há já 8 anos”, declarou depois o Papa, associando-se a uma iniciativa solidária da fundação pontifícia ‘Ajuda à Igreja que Sofre’, ao acender uma vela, num gesto repetido em vários países do mundo por crianças sírias e comunidades católicas.
Segundo a AIS, mais de 5 milhões de crianças e adolescentes, desde o pré-escolar até ao secundário, “precisam urgentemente de apoio especializado para ultrapassar o trauma da guerra”.
A campanha de solidariedade inclui 32 novos projetos, no valor de 1,8 milhões de euros, que se somam a outros já em andamento, que visam possibilitar a normalização da vida comunitária.
Francisco deixou votos de que estas “chamas de esperança” ajudem a eliminar as “trevas da guerra”.
Rezemos e ajudemos os cristãos a permanecer na Síria e no Médio Oriente, como testemunhas de misericórdia, de perdão e de reconciliação. Que a chama da esperança chegue também a todos os que sofrem, por estes dias, conflitos e tensões em diversas partes do mundo, próximas e longínquas”.
O Papa pediu que esta oração desperte as consciências para “um compromisso sincero em favor da paz”.
“Que Deus Nosso Senhor perdoe aos que fazem a guerra, os que fazem as armas para a destruição e converta os seus corações”, declarou, antes de recitar uma Ave-Maria pela paz, com os peregrinos reunidos no Vaticano.
No primeiro domingo do Advento, o pontífice alertou para os perigos de um Natal do “consumismo”, centrado no que se pode ou não comprar, e de “festa pagã”, referindo que, assim, Jesus “passará” sem ser encontrado.
“Nós esperamos Jesus e queremos esperá-lo na oração, que está estreitamente ligada à vigilância”, precisou.
Francisco alertou para o perigo de “paganizar” a prática cristã, desejando que estas quatro semanas sejam um tempo especial, para “deixar um modo de viver resignado e costumeiro” e alimentar “esperanças e sonhos para um futuro novo”.
Vigiar e rezar: eis como viver este tempo, de hoje até ao Natal. O adormecimento interior nasce do andar sempre à volta de nós mesmos e de ficar fechados na própria vida, com os seus problemas, as suas alegrias e as suas dores”.
O Papa despediu-se com votos de “bom domingo e bom caminho de Advento” para todos.
G.I./Ecclesia:OC