Vaticano está representado em Katowice pelo secretário de Estado do Papa.
O Vaticano e várias instituições católicas estão presentes na Cimeira do Clima – COP 24 que decorre na Polónia, com um apelo global contra os efeitos das alterações climáticas.
O documento foi assinado em outubro, na cidade de Roma, pelos presidentes de seis confederações continentais das Conferências Episcopais, em defesa de ações políticas e da comunidade internacional contra os efeitos das alterações climáticas.
D. Gabriel Mbilingi, arcebispo do Lubango (Angola) e presidente do Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagáscar (SECAM), um dos signatários, explicou então à Agência ECCLESIA que o objetivo do documento é dar um “contributo” ao debate em curso, apelando ao “cuidado da terra, ao cuidado das pessoas e da sociedade”.
“O grito da terra, da mãe terra, em relação ao uso que dela fazemos e até à destruição que está em curso, é equivalente ao grito que vem da humanidade, da sociedade que precisa de ser também ela acordada, para que não se cometa este suicídio”, sublinhou.
Os responsáveis da América Latina, Ásia, África, Oceânia e Europa pedem que os “grandes emissores de gases com efeito de estufa assumam responsabilidades políticas e atendam aos compromissos de financiamento climático”.
Entre os pontos centrais da proposta estão a limitação do aquecimento global a 1,5 graus celsius; a adoção de estilos de vida sustentáveis; o respeito pelas comunidades indígenas; ao fim da era dos combustíveis fósseis, com transição para formas renováveis de energia; a reforma do sistema agrícola, para um fornecimento saudável e acessível de alimentos para todos.
A declaração tem o apoio das redes católicas CIDSE, Caritas Internationalis e Movimento Católico Global pelo Clima.
A 24.ª Conferência da Partes (COP24) da Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês) teve hoje a sua cerimónia de abertura oficial, prolongando-se até 14 de dezembro.
A comunidade internacional deverá concluir o Acordo de Paris (2015) para limitar o aquecimento global a menos de dois graus centígrados, em relação aos valores pré-industriais.
A conferência junta os representantes das partes da UNFCCC e é organizada pela Polónia pela terceira vez, juntando na fase final, entre 11 e 14 de dezembro, líderes de vários países.
O Vaticano está representado pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin; Portugal levou a Katowice o ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes.
Em julho, o Papa defendeu no Vaticano um maior compromisso ecológico de governos e instituições financeiras internacionais, exigindo que todos honrem os objetivos assumidos no Acordo de Paris.
“Todos sabemos que muito deve ser feito para concretizar este acordo. Todos os governos deveriam esforçar-se para honrar os compromissos assumidos em Paris para evitar as piores consequências da crise climática”, assinalou Francisco, perante os participantes no simpósio internacional ‘Salvar a nossa casa comum e o futuro da vida na terra’, por ocasião do 3.º aniversário da encíclica ‘Laudato Si’.
Entre as instituições presentes na Polónia está a Fundação Fé e Cooperação, ligada à Conferência Episcopal Portuguesa.
G.I./Ecclesia:OC