Celebração na Catedral viseense reuniu centenas de pessoas em volta do novo auxiliar da Diocese do Porto.
D. Armando Esteves, auxiliar da Diocese do Porto, foi ordenado bispo, este Domingo, numa celebração presidida por D. António Luciano, bispo de Viseu, na catedral local.
Em declarações à Agência ECCLESIA, o novo bispo considera que esta missão é um “novo apelo” para a doação à Igreja Católica, admitindo que houve “dias sem dormir” após a nomeação.
“Sempre gostei muito de estar no meio das pessoas e com as pessoas”, confessou.
D. Armando Esteves manifesta confiança em Deus e nas pessoas que o vão acompanhar no futuro, destacando as “afinidades” que criou com a Diocese do Porto, onde se apresenta “livre, descontraído”, numa atitude de “proximidade” com todos, como parte de uma “Igreja-mãe”.
Já D. Manuel Linda, bispo do Porto, realçou a necessidade de colaboradores no “trabalho de missão” numa diocese “grande, ampla, promissora”, elogiando o “grande conhecimento da realidade pastoral” do novo auxiliar, que considera uma “fortíssima mais-valia”.
O núncio apostólico, D. Rino Passigato, leu perante a assembleia reunida na Sé de Viseu o mandato apostólico de nomeação do bispo, com data de 27 de outubro, no qual se sublinhava a necessidade de ajudar os “pastores sobrecarregados com tanto trabalho”.
Acedendo a um pedido de D. Manuel Linda, bispo do Porto, o Papa Francisco nomeou D. Armando Esteves, de 61 anos, até agora vigário-geral da Diocese de Viseu, pedindo-lhe que seja “prudente em tudo”.
A Liturgia da Ordenação incluiu a apresentação do eleito, que promete fidelidade ao Papa; a sua prostração; a imposição das mãos; a entrega do Livro dos Evangelhos e das insígnias – o anel, símbolo da fidelidade à Igreja; a mitra, que evoca o “esplendor da santidade”; o báculo, que significa a missão de “pastor”.
A Missa foi concelebrada por dezenas de sacerdotes e bispos de várias dioceses portuguesas, contando com a presença de autoridades civis e militares; os bispos co-ordenantes foram D. Ilídio Leandro, bispo emérito de Viseu, e D. Manuel Linda, bispo do Porto.
Na homilia da celebração, D. António Luciano, bispo de Viseu, destacou a “alegria” vivida pela diocese, com esta ordenação episcopal nas proximidades do Natal, falando num chamamento comum a todos os cristãos, “à vida, à vocação, à consagração, à missão e à santidade
“Caríssimo D. Armando, ao sermos chamados ao Episcopado, tudo muda na nossa vida, as coisas agora passam a ser diferentes, como nos lembra o próprio Ritual”, assinalou, dirigindo-se ao novo bispo.
O bispo de Viseu falou desta ordenação como um “dom para a missão”, em particular na Diocese do Porto, onde o novo bispo vai ser auxiliar.
“Identifica sempre a tua vida com Cristo Esposo e Pastor da sua Igreja e como Ele procura dar a vida pelo seu rebanho, vivendo com alegria, disponibilidade, humildade e paciência as tarefas que te destinar o teu bispo”, recomendou D. António Luciano.
O presidente da celebração sublinhou a “estima” que os paroquianos e amigos dedicam a D. Armando Esteves, cuja presença considerou como uma “graça”.
No final da Missa, D. Armando Esteves saudou os presentes, da sua terra natal à nova diocese que vai servir, evocou todos os bispos do Porto, lembrou D. António Ferreira Gomes, “marco inquestionável da história recente da Igreja em Portugal”, e pediu “a proteção especial lá do céu” a D. Manuel Martins e D. António Francisco dos Santos.
O bispo auxiliar do Porto recordou os seus pais, que tiveram 11 filhos (dois já falecidos), pelo seu exemplo de “honra, respeito, disciplina e fé sem explicações”.
Após passar em revista algumas passagens do seu percurso de vida, o bispo auxiliar do Porto disse que esta nomeação não é um “privilégio ou mérito”, mas um “dom de Deus”.
O novo bispo escolheu como lema “Eis a tua Mãe”, palavras de Jesus ao apóstolo São João.
Ao longo da vida, jovens, mas também adultos, não católicos ou com a fé adormecida, fizeram-me refletir sobre a Igreja que somos ou mostramos ser… A imagem também é importante, que o digam os jornalistas, comunicadores, aqui presentes, e geralmente, as suas duras críticas faziam-me pensar. Para eles, alguns aqui presentes, vai uma palavra de agradecimento pelas dúvidas e até revolta que, no diálogo, me fizeram crescer e me purificaram. Quero dizer-vos que, também sobre vós, o Espírito Santo lança sementes de amor e bem”.
No próximo domingo, a Diocese do Porto vai promover uma cerimónia de ação de graças, já concelebrada por D. Armando Esteves, pela vida D. António Bessa Taipa, antigo administrador diocesano e bispo auxiliar que renunciou ao cargo por ter atingido o limite de idade determinado pelo Direito Canónico.
G.I./Ecclesia:HM/OC