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Superiores e Superioras Gerais unem-se ao Papa, na semana em que decorre cimeira inédita sobre proteção de menores.

Os responsáveis mundiais dos Institutos Religiosos masculinos e femininos da Igreja Católica uniram-se hoje, em comunicado, ao apelo do Papa pela erradicação dos abusos sexuais, na semana em que decorre uma cimeira inédita sobre proteção de menores, no Vaticano.

“O abuso de crianças é um mal em qualquer altura e lugar: este ponto não é negociável”, assinala o texto subscrito pelas Uniões de Superiores e Superioras Gerais.

Os responsáveis assumem a intenção de identificar erros do passado e denunciar “qualquer abuso de poder”.

“Inclinamos as nossas cabeças com vergonha ao perceber que esse abuso ocorreu nas nossas Congregações e Ordens e na nossa Igreja. Aprendemos que os abusadores deliberadamente escondem as suas ações e são manipuladores”.

Os responsáveis mundiais dos Institutos Religiosos admitem que a resposta das pessoas em posição de autoridade, perante estes casos, “não foi o que deveria ter sido”.

“Não souberam ver os sinais de alerta ou não os levaram a sério”, pode ler-se.

As Uniões de Superiores e Superioras Gerais deixam ainda uma “mensagem aos sobreviventes”, milhares de vítimas de abusos em todo o mundo.

Apresentamos as nossas sinceras desculpas e o nosso pesar. Pedimos que acrediteis na nossa boa vontade e sinceridade. E convidamos-vos a trabalhar connosco para criar novas estruturas que garantam a minimização dos riscos”.

Os religiosos e religiosas admitem que esta “é uma história que se tem prolongado por décadas, uma história de imensa tristeza para aqueles que sofreram este abuso”.

A declaração defende “uma cultura de proteção” e refere que a liderança do Papa Francisco é “chave” para encontrar o caminho de saída desta crise.

“Ele mostrou o caminho em muitas destas áreas, tem reconhecido a dor e culpa, reuniu-se com sobreviventes, reconheceu os seus próprios erros e a necessidade de aprender com esses sobreviventes”, precisam os responsáveis.

A nota propõe uma atenção especial à “maneira tradicional de falar sobre o pecado”.

As pessoas que foram abusadas, adverte a nota, muitas vezes “carregam um sentimento de culpa, vergonha e até mesmo de pecado, quando, na verdade, pecaram contra elas”.

“Pedimos desculpas a todos pelos nossos erros e renovamos o nosso apoio ao Santo Padre. Comprometemo-nos a intensificar os nossos esforços para trabalhar com ele, para que a Igreja possa avançar de uma forma coerente, credível e solidária; de forma verdadeiramente curadora, sinceramente renovada, com novos olhos para ver e novos ouvidos para ouvir”, conclui o comunicado.

A cimeira sobre a proteção de menores na Igreja, convocada pelo Papa de 21 a 24 de fevereiro, vai reunir 190 pessoas, incluindo 114 presidentes de conferências episcopais, os chefes das Igrejas católicas orientais, os superiores da Secretaria de Estado do Vaticano, os prefeitos de várias congregações e dicastérios da Cúria Romana (Doutrina da Fé, Igrejas Orientais, Bispos, Evangelização dos Povos, Clero, Institutos de Vida Consagrada; Leigos, Família e Vida) e representantes dos institutos religiosos, além dos membros do conselho consultivo de Cardeais e membros da organização do evento.

G.I./Ecclesia:OC

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