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Francisco defende dignidade de todas as pessoas, independentemente do crime cometido.

 O Papa apelou hoje à abolição global da pena de morte, numa mensagem dirigida ao congresso mundial sobre este tema, desafiando os responsáveis mundiais a tomar as “medidas necessárias” para eliminar a pena capital.

“Está nas nossas mãos reconhecer em cada pessoa a sua dignidade e trabalhar para que não se eliminem mais vidas, mas que sejam ganhas para o bem de toda a sociedade”, refere Francisco, numa intervenção divulgada através do Youtube.

Segundo o pontífice, o objetivo da abolição da pena de morte em todo o mundo representa “uma afirmação ousada do princípio da dignidade da pessoa humana”.

O Papa manifesta a convicção de que “a humanidade pode enfrentar o crime, bem como rejeitar o mal, dando ao condenado a possibilidade e tempo para reparar o dano cometido, pensar sobre a sua ação e, assim, ser capaz de mudar a sua vida, pelo menos interiormente”.

O VII Congresso Mundial Contra a Pena de Morte, organização da ONG ‘ECPM’ (Juntos Contra a Pena de Morte), em colaboração com a Coligação Mundial contra a Pena de Morte, decorre no Parlamento Europeu, em Bruxelas, entre hoje e sexta-feira

“A vida humana é um dom que recebemos, o mais importante e primário, a fonte de todos os outros dons e todos os outros direitos. E como tal, precisa de ser protegido. Além disso, para o crente, o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus. Mas, tanto para os crentes como para os não crentes, cada vida é um bem e a sua dignidade deve ser salvaguardada sem exceções”, sustenta Francisco.

A pena capital supõe uma violação grave do direito à vida que todas as pessoas têm. Embora seja verdade que as sociedades e comunidades humanas têm de lidar com crimes frequentemente muito graves contra o bem comum e a segurança das pessoas, a verdade é que hoje existem outros meios para expiar os danos causados e os sistemas de detenção são cada vez mais eficazes na proteção da sociedade contra os danos que algumas pessoas podem provocar”.

O Papa diz ser necessário oferecer ao culpado de um crime a “possibilidade de arrependimento”, considerando um sinal positivo que cada vez mais países abandonem a prática da pena de morte.

“Durante muito tempo, a pena de morte foi considerada como uma resposta adequada à gravidade de alguns crimes e também para proteger o bem comum. No entanto, a dignidade da pessoa não se perde, mesmo que tenha cometido o pior dos crimes. Não se pode tirar a vida a ninguém e privá-lo da oportunidade de abraçar novamente a comunidade que ele feriu e fez sofrer”, realça.

Em 2018, o Papa Francisco ordenou a alteração do número do Catecismo da Igreja Católica relativo à pena de morte, cuja nova redação sublinha a rejeição total desta prática.

“A Igreja ensina, à luz do Evangelho, que a pena de morte é inadmissível, porque atenta contra a inviolabilidade e dignidade da pessoa, e empenha-se com determinação a favor da sua abolição em todo o mundo”, pode ler-se, agora, no n.º 2267 do Catecismo.

G.I./Ecclesia:OC

 

CategoryIgreja, Papa, Pastoral

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