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No Domingo passado, primeiro do Advento, D. António Luciano presidiu, na Casa de Santa Zita, à celebração evocativa do Servo de Deus Monsenhor Joaquim Alves Brás-Venerável, estando presentes muitos membros da Obra de Santa Zita, com as suas dirigentes, bem como funcionárias, pais e avós das crianças que frequentam as valências de apoio à infância.

Centrada na Palavra de Deus proclamada na celebração, D. António Luciano apontou para o exemplo do Monsenhor Brás, que possuía “um coração aberto à conversão, à libertação interior, ao dom de Deus e a um compromisso apostólico na Igreja”.

“As tentações tocam na sede de fama que todos temos, isto é, na necessidade que temos de rever a nossa relação com as coisas, as pessoas e o próprio Deus. […] Jesus foi tentado, mas não consentiu; ao contrário nós somos tentados e se não empregarmos os meios adequados consentimos, falhamos e pecamos”.

“O pecado é uma rotura, uma traição ao amor pelos irmãos, e pelo próprio Deus que é a fonte e o centro da mensagem cristã”, lembrou D. António aos presentes, recordando que “vivemos num mundo que se quer construir sem Deus e a “perda do sentido de Deus”, leva-nos à “perda do sentido de pecado”. E tudo isto leva-nos a um caminho sem rumo e de perda de horizonte de vida”, concluiu.

“Somos chamados, como cristãos, a agir bem, a procurar o bem e não simplesmente a parecer bem. O bem só é bem se é bem no início, no meio e no fim. Nunca os fins justificam os meios. Um meio errado leva sempre, sem exceções, a um fim corrompido. Jesus sai vitorioso da travessia do deserto porque nunca Se permite usar um meio que não seja o do serviço, do amor e da humildade. Nunca cede à tentação do poder da fama”, lembrou.

Disse ainda que “perante os crimes graves dos nossos dias, que nos afetam a todos de qualquer maneira, são sempre uma consequência do abuso do poder,  que leva depois a abusos de ordem moral, sexual, económica e política que empobrecem e afetam a integridade e pureza da nossa Igreja, hoje manchada com os abusos sexuais de crianças e inocentes e tantas outras atrocidades que empobrecem o nosso mundo e não deixam ser uma sociedade justa, fraterna, respeitadora dos direitos e deveres da pessoa humana, uma sociedade chamada a construir a verdadeira civilização do amor”.

 “Convertei-vos e arrependei-vos e entrai no Reino de Deus” foi o apelo que deixou, lembrando que “Jesus deposita em cada um de nós a sua graça, dá-nos o dom da liberdade e espera de cada um de nós a responsabilidade nos nossos atos, nas nossas respostas pastorais aos nossos irmãos. O reino está já entre nós, é Cristo Senhor, mas a entrada no Reino depende da nossa liberdade e da nossa escolha. Que nesta Quaresma o Senhor nos dê a graça de nos abrirmos à sua presença, para que possamos verdadeiramente ser livres e responsáveis e O escolhermos a Ele”.

No contexto da celebração, recordou que “o Padre Joaquim Alves Brás, um instrumento da Misericórdia de Deus e um sacerdote, verdadeiro missionário, que pregou por palavras e obras o convite à conversão, ao arrependimento, à mudança de vida. Um apóstolo da família, um renovador da Igreja um lutador pela promoção e dignidade da mulher e dos mais desfavorecidos”.

“Um homem de Deus, um homem de Igreja no lugar certo, nem à frente nem atrás, mas onde a Igreja precisava dele […] Que ele nos ajude a sermos verdadeiros apóstolos da família e com Jesus Maria e José vivamos um caminho de humildade, simplicidade, obediência, sacrifício, abnegação e desprendimento, percorrendo o caminho do amor, o caminho da verdadeira conversão, da santidade”, concluiu.

Joaquim Alves Brás (20 .03. 1899-13.03.1966), nasceu no concelho Covilhã. Ainda criança, foi acometido por uma “coxalgia”, que o reteve no leito, dos 11 aos 14 anos. Em 1917, foi admitido no Seminário do Fundão, Diocese da Guarda, sendo ordenado sacerdote em Julho de 1925. Cinco anos depois, por agravamento da sua precária saúde, o Pe Joaquim Alves Brás deixou de ser pároco dedicando-se à orientação espiritual dos seminaristas e outras actividades no Seminário. Nos inícios dos anos 30 fundou a Obra de Santa Zita que visava acolher, promover e formar humana, espiritual, profissional e socialmente, raparigas que se dedicavam ao serviço da família. Em 1933, fundou o Instituto Secular das Cooperadoras da Família – um Instituto de vida consagrada, cujo carisma e missão é o cuidado da santificação da família e dos sacerdotes, e cuja espiritualidade se inspira nos exemplos da Sagrada Família de Nazaré. Antes de completar 67 anos, morreu, vítima de um acidente de viação.
Em 1990, foi introduzido o Processo de Beatificação e Canonização e a 15 de Março de 2008, 75º aniversário da fundação do Instituto Secular das Cooperadoras da Família, Bento XVI mandou publicar o Decreto de reconhecimento da heroicidade das virtudes do Servo de Deus, Joaquim Alves Brás.
G.I.

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