O Bispo da Diocese, D. António Luciano, apelou aos jovens peregrinos a Taizé para “irem, mas ouvirem também Taizé”, porque aquele lugar comunitário de encontro de jovens de todo o mundo “ensina na oração, na amizade, na partilha, no convívio e na alegria”.
A mensagem do Bispo de Viseu foi deixada durante a sessão de Oração da Taizé, promovida pelos jovens de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC), que recentemente peregrinaram a Taizé.
No início da II Guerra Mundial, Roger Schuttz chegou a Taizé (França) pela primeira vez, encontrou uma pequena aldeia quase isolada, que tinha servido de abrigo a judeus. Depois da guerra alguns jovens juntaram-se a Roger tornando-se os primeiros irmãos de Taizé num projeto de vida comunitária, no celibato e na comunhão de bens. Hoje vive na colina uma comunidade ecuménica de cerca de uma centena de irmãos de diversas tradições cristãs, que acolhem jovens que vão ao encontro das fontes da fé. Todos os anos, de março a novembro, aquela colina do sul da Borgonha torna-se lugar de encontro para dezenas de milhares de jovens do mundo inteiro.
O encontro dos jovens em Mangualde presidido pelo Bispo da Diocese foi quase uma forma de levar Taizé a Mangualde. Ao longo de duas horas, entre o silêncio e a escuridão da noite sentida na Igreja Paroquial de Mangualde, dezenas de jovens regressados da viagem, sentaram-se no chão e, acompanhados de familiares e fiéis, protagonizaram o momento de Oração composta essencialmente por cânticos, em ambiente calmo que, tal como em Taizé, chama à paz interior.
“Estou feliz”, afirmou no final da cerimónia D. António Luciano, admitindo nunca ter ido a Taizé, mas ter sentido naquele momento a “sabedoria” e a “introspeção” que reflete o lugar de peregrinação. Ao ajoelhar-se junto da cruz, como antes tinham feito todos os jovens, o prelado lembrou a “força da cruz”, pediu que a oração à Taizé se repita e apelou à confissão: “não porque tenhamos muitos pecados, mas porque só confessando o arrependimento nos leva à alegria desejada”.
Entre 2 e 10 de março, mais de 400 alunos e alguns professores de diferentes escolas, integrados na disciplina da EMRC, estiveram em Taizé. D. António Luciano quis perceber o que leva também estes jovens da Diocese a fazer uma longa viagem de autocarro até à pequena aldeia do Sul de Borgonha. O jovem Rodrigo, acabado de chegar da sua terceira viagem a Taizé destacou que é um sítio onde aprendem “a viver com os outros”, mas também onde se “vive em comunhão”: “Descobrimos quem somos, descobrimos quem é Deus”.
O estado de espírito dos milhares de jovens que vão pela primeira vez é sempre o mesmo. Carregados de esperança, cheios de expetativas, mas também com alguns receios do que podem encontrar num amontoado de tendas, “encontram respostas para as suas perguntas”, como salientou a jovem Inês. “É uma experiência que nos pode tocar de maneiras diferentes, dependendo do estado de espírito com que vamos”, acrescentou.
O compromisso de “trazer Taizé à Diocese”, tal como sublinhou Rodrigo leva a que a Oração à Taizé se repita agora por vários pontos da Diocese de Viseu. O próximo encontro está marcado para a Igreja dos Terceiros, em Viseu, dia 28 de março, às 21h.
G.I./J.B.:EA