Papa recorda conflitos nos vários continentes, pedindo atenções para refugiados e marginalizados.
– O Papa denunciou hoje, na sua mensagem de Páscoa, a indiferença de quem ignora os conflitos e injustiças que afetam milhões de pessoas em todo o mundo, pedindo o fim dos “muros”.
“Perante tantos sofrimentos do nosso tempo, que o Senhor da vida não nos encontre frios e indiferentes. Faça de nós construtores de pontes, não de muros”, disse, desde a varanda central da Basílica de São Pedro.
A intervenção, seguida em dezenas de países através dos meios de Comunicação Social, aludiu às necessidades de muitos seres humanos, “dos indefesos, dos pobres, dos desempregados, dos marginalizados, de quem bate à porta à procura de pão, de um refúgio e do reconhecimento da sua dignidade”.
A mensagem de Páscoa passou em revista alguns dos atuais conflitos que afetam populações de vários continentes, como no Sudão, a atravessar um momento de incerteza política.
“Desejo que todas as instâncias possam encontrar voz e que cada um trabalhe para consentir ao país de encontrar a liberdade, o desenvolvimento e o bem-estar que há tanto tempo aspira”, disse o Papa.
Francisco recordou ainda a situação no vizinho Sudão do Sul, com cujos responsáveis se encontrou recentemente no Vaticano, com uma mensagem pelo bem comum e a reconciliação: “Que se possa abrir uma nova página da história do país, na qual todos os elementos políticos, sociais e religiosos se empenhem ativamente”.
Antes da bênção ‘Urbi et Orbi’ (à cidade [de Roma] e ao mundo), Francisco evocou a crise na Venezuela e a sua população “privada das condições mínimas para levar uma vida digna e segura, por causa de uma crise que perdura e que se aprofunda”.
Que o Senhor conceda a todos os que têm responsabilidades políticas o desejo de trabalhar para pôr fim às injustiças sociais, aos abusos e às violências, e de dar passos concretos que consintam curar as divisões e oferecer à população as ajudas de que necessita”.
Francisco apelou à paz e ao fim das crises humanas na Síria, desejando “o regresso seguro dos refugiados, sobretudo dos que se refugiaram nos países limítrofes, especialmente no Líbano e na Jordânia”.
As crises no Médio Oriente, em particular o conflito israelo-palestino, no Iémen, na Líbia na Nicarágua e na Ucrânia também estiveram entre as preocupações manifestadas pelo pontífice.
O Papa falou das “tensões sociais, conflitos e violentos extremismos” que atingem vários países em África: Burquina Faso, Mali, Níger, Nigéria e Camarões.
Francisco rezou para que Deus “inspire os líderes das nações a trabalhar para pôr fim à corrida aos armamentos e à preocupante difusão das armas, em especial nos países economicamente avançados”.
A mensagem apresentou a Ressurreição de Cristo como “princípio de vida nova para cada homem e mulher, porque a verdadeira renovação parte sempre do coração, da consciência”.
A Páscoa é também o início do mundo novo, libertado da escravidão do pecado e da morte: o mundo finalmente aberto ao Reino de Deus, Reino de amor, de paz e de fraternidade”.
“Caros irmãos e irmãs, Cristo Vive! Ele é esperança e juventude para cada um de nós e para o mundo inteiro. Deixemo-nos renovar por Ele! Boa Páscoa”, concluiu.
OC