Encontro na cidade de Iasi decorreu em clima de festa, com apelos ao diálogo entre gerações.
O Papa presidiu hoje a um encontro de jovens na cidade romena de Iasi, convidando todos a ser “peregrinos do século XXI”.
“Hoje, daqui, podem ainda partir novas vias do futuro rumo à Europa e a muitos outros lugares do mundo. Peregrinos do século XXI, capazes de nova imaginação dos laços que nos unem”, declarou Francisco, numa intervenção acompanhada por milhares de pessoas reunidas na capital cultural da Roménia.
O encontro mariano com jovens e famílias decorreu junto ao Palácio da Cultura, a cerca de 400 quilómetros de Bucareste, contando com vários testemunhos, incluindo o de um casal com 11 filhos, acompanhados por estes e pelos seus netos.
“O Senhor é o primeiro a provocar-nos e a dizer-nos que o pior acontece, quando não houver sendas do vizinho ao vizinho, quando abrirmos mais trincheiras do que estradas. O Senhor é Aquele que nos dá um canto mais forte do que o de todas as sereias que querem paralisar o nosso caminho e fá-lo assim: entoando um canto mais belo e fascinante”, assinalou Francisco.
O Papa sublinhou que Deus dá a cada um “uma vocação que é uma provocação”, para que se coloque ao serviço do outro.
“Pede-nos para usar a nossa liberdade como liberdade de escolha, para dizer «sim» a um projeto de amor, a um rosto, a um olhar. Esta é uma liberdade muito maior do que poder consumir e comprar coisas. Uma vocação que nos põe em movimento, nos faz derrubar trincheiras e abrir caminhos que nos lembrem a referida pertença de filhos e irmãos”, observou.
Francisco disse sentir-se “em casa” na Roménia e saudou os participantes de várias regiões e tradições, bem como da Moldávia, e ainda quantos vieram da outra margem do rio Prut, bem como os fiéis de língua csango, polaca e russa.
“O Espírito Santo convoca-nos a todos e ajuda-nos a descobrir a beleza de estar juntos, de nos podermos encontrar para caminhar juntos”, apontou.
A intervenção destacou que a fé, “sem cotação na bolsa”, é um “dom que mantém viva a certeza profunda da nossa pertença a Deus como filhos muito amados”.
“Sem amor e sem Deus nenhum homem pode viver sobre a terra”, advertiu.
Antes do encontro, o Papa tinha visitado a Catedral de Santa Maria Rainha, onde se encontrou com 600 idosos e doentes, rezando diante das relíquias do beato D. Anton Durcovici, mártir.
Este domingo, último dia da viagem iniciada na sexta-feira, vai ser passado na região da Transilvânia, com a Divina Liturgia de beatificação dos 7 bispos mártires greco-católicos (comunidade de rito oriental que reconhece a jurisdição do Papa), no Campo da Liberdade em Blaj.
O espaço está ligado à luta pela liberdade nacional e à perseguição dos católicos, durante o regime comunista do século XX, que em 1948 exigia aos católicos que integrassem a comunidade ortodoxa, cuja jurisdição é nacional.
Os sete bispos assassinados pelas autoridades comunistas entre 1950 e 1970 são: Valeriu Traian Frenţiu, Vasile Aftenie, Ioan Suciu, Tit Liviu Chinezu, Ioan Balan, Alexandru Rusu e Iuliu Hossu.
Antes de regressar a Roma, para encerrar esta jornada apostólica, o encontro com a comunidade cigana de Blaj, no distrito de Barbu Lautaru; a paróquia que acolhe este momento foi inaugurada há duas semanas.
G.I./Ecclesia:OC