Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

Viagem de três dias foi marcada por gestos ecuménicos e por homenagem aos católicos perseguidos durante o regime comunista.

O Papa Francisco encerrou hoje a sua primeira viagem à Roménia, iniciada na sexta-feira, com um pedido de “perdão” às comunidades ciganas, com quem se reuniu na localidade de Barbu Lautaru, no distrito de Blaj, Transilvânia.

“No coração trago um peso: é o peso das discriminações, segregações e maus-tratos sofridos pelas vossas comunidades. A história diz-nos que os próprios cristãos, os próprios católicos não são alheios a tanto mal. Quero pedir perdão por isso. Em nome da Igreja, peço perdão, ao Senhor e a vós, por todas as vezes que, ao longo da história, vos discriminamos, maltratamos ou consideramos de forma errada”, declarou, numa intervenção proferida na nova igreja dedicada ao apóstolo Santo André.

O discurso, traduzido para romeno, foi acompanhado por centenas de pessoas no exterior do templo; dentro da igreja, um sacerdote greco-católico, de etnia cigana, dirigiu uma saudação ao Papa.

Francisco advertiu para a indiferença que “alimenta preconceitos e fomenta rancores”.

“Não nos deixemos arrastar pelos ressentimentos que incubamos dentro de nós: não demos qualquer espaço ao rancor. Porque nenhum mal resolve outro mal, nenhuma vingança satisfaz uma injustiça, nenhum ressentimento faz bem ao coração, nenhum fechamento aproxima”, pediu.

A intervenção elogiou valores próprios da cultura cigana, como a “vida e a família em sentido alargado, a solidariedade, a hospitalidade, a ajuda, o apoio e a defesa dos mais frágeis”.

No último encontro da viagem, o Papa elogiou a Roménia, “país lindo e acolhedor”, e pediu orações por si.

Esta manhã, Francisco tinha presidido à celebração de beatificação de sete bispos romenos, considerados mártires pela Igreja Católica, que enfrentaram o regime comunista no século XX, condenando quem coloca a “ideologia” sobre as pessoas.

A viagem começou com elogios ao projeto democrático do país, 30 anos depois do fim da ditadura, abordando questões ligadas à emigração e à liberdade religiosa; em Bucareste, o Papa recordou em Bucareste os mártires cristãos que unem católicos e ortodoxos, para lá das divisões históricas, deixando uma mensagem de unidade no primeiro encontro com os responsáveis do Sínodo da Roménia.

Mais tarde, na Catedral “nacional”, da Igreja Ortodoxa, o líder da Igreja Católica rezou por um “caminho de fraternidade” que promova a “reconciliação e a comunhão” entre católicos e ortodoxos, desafiando-os a conservar as raízes cristãs da Europa.

O programa em Bucareste encerrou-se com uma celebração na catedral católica de São José, em Bucareste.

No sábado, Francisco presidiu a uma Missa no santuário mariano de Sumuleu-Ciuc, na Roménia, destino histórico de peregrinação para os católicos de língua húngara da Roménia e de outros países, perante mais de 85 mil pessoas, seguindo-se um encontro com famílias e jovens na cidade romena de Iasi, capital cultural da Roménia.

A cerimónia oficial de despedida está marcada para o Aeroporto de Sibiu; a chegada a Roma deve acontecer pelas 18h45 (menos uma em Lisboa).

A próxima viagem internacional do Papa vai levar Francisco a Moçambique, Madagáscar e Maurícias de 4 a 10 de setembro, com passagens pelas cidades de Maputo, Antananarivo e Port Louis.

G.I./Ecclesia:OC

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