Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

  A chegada do tempo quente é sinónimo de renovação, depois do natural período cinzento do inverno, em que a chuva e o frio pautam os dias já de si pouco luminosos.

Também neste espírito mais luzidio se insere a celebração do sacramento da Confirmação no seio da Igreja Católica, refletida no interior de tantas e tantas igrejas paroquiais do mundo cristão, de Portugal, da Diocese de Viseu. Também aqui, o sacramento da Confirmação deseja ser o reflexo desse sinal vigoroso de cristianização de uma Igreja que procura fomentar nos mais novos cristãos as suas vocação e missão na vida da Igreja, prosseguindo a sua vida cristã, como sustenta D. António Luciano, Bispo da Diocese de Viseu (ver entrevista). Neste (novo) período crismal e a poucos dias do Pentecostes (domingo, 9 de junho), o Jornal da Beira reforça a importância do sacramento da Confirmação na vida cristã dos jovens com uma entrevista ao seu Prelado a que junta a lista das paróquias e concelhos diocesanos que, desde finais de 2018, se vêm enchendo de crismandos, numa demonstração de vitalidade religiosa que se pretende verdadeira, crescente e duradoura.

 “Para ser padrinho não basta só ter o crisma, é preciso ter idoneidade cristã” – D. António Luciano

Desde que assumiu a Diocese de Viseu, D. António Luciano tem crismado várias centenas de jovens. O que representa esse momento?

– Representa um dom e uma graça. Já crismei bastantes jovens e há mais crismas que estão programados, pelo que será um grande número quando chegarmos ao final deste período de celebrações do Crisma na Diocese. O sacramento do Crisma faz parte da iniciação cristã, que é formada por três sacramentos: Batismo, Eucaristia e Confirmação. O sacramento da Confirmação, podemos dizer, completa um ciclo da formação cristã. Não é o fim da formação cristã mas uma rampa de lançamento para que todos os que recebem este sacramento se consciencializem da sua vocação e da sua missão na vida da Igreja.

Os jovens terão consciência disso?

– Não se recebe o sacramento do Crisma nem para se ser padrinho, nem para dizer que já tem os sacramentos todos. Recebe-se o sacramento da Confirmação que nos dá, em plenitude, o Espírito Santo – a terceira pessoa da Santíssima Trindade, para sermos cristãos responsáveis. Através da receção do Espírito Santo nós enchemos a nossa vida com os dons do Espírito, que são realmente uma graça e uma maravilha, para depois podermos ter uma vida cheia de frutos. Isto é, de atitudes novas que nos façam viver segundo o Espírito. Receber o sacramento do Crisma é receber, de algum modo, esse dom de Deus para sermos cristãos ativos, discípulos missionários na vida das nossas comunidades. Não tem sentido fazer a caminhada para o Crisma e abandonar a Igreja depois de o receber, porque é aí que a Igreja precisa mais dos jovens. Porém, é muito comum acontecer essa saída da vida da Igreja depois do crisma… É, infelizmente… Talvez isso nos venha dizer que a iniciação cristã que nós fizemos às crianças, aos adolescentes e aos jovens precisa de ser revista. Ao mesmo tempo, penso que não fizemos aquilo que a Igreja nos propunha fazer como caminho de formação cristã. Mas quando um jovem é apresentado como um crismado ele deve tornar-se um cristão responsável na vida da comunidade. Se ele abandonou a comunidade, então ele percebeu pouco da caminhada de fé que fez. A partir do crisma vive-se para renovar as comunidades, a Igreja e também para dar esperança ao mundo.

Vale a pena ser crismado para ter uma voz ativa na Igreja?

-Só assim é que tem sentido receber o sacramento do Crisma. Receber o Crisma para dizer que posso ser padrinho? Para ser padrinho não bastar só ter o crisma, é preciso ter idoneidade cristã. É ter consciência de que vivemos uma vida guiados pelo Espírito em comunhão com Cristo e com o Pai, na qual realmente a nossa vida é testemunho. Ao receber o Crisma tornamo-nos testemunhas do Espírito Santo e assumimos o que Ele quer de nós: uma vida nova, condigna com os valores humanos e cristãos, também na responsabilidade familiar e nas outras responsabilidades enquanto pessoas de bem.

Que mensagem é que pode transmitir a quem já foi crismado e a quem vai receber o crisma?

-Quem já foi crismado deve ser fiel ao Espírito Santo e que amadureça cada vez mais nessa vida no Espírito. Por isso é que somos chamados a ser testemunhas e uma testemunha tem que anunciar o que recebeu, o que vive e o que acredita. Aos que vão ser crismados desejo que façam bem esse caminho, pois para fazermos bem esse caminho temos que seguir com seriedade a caminhada da catequese. Temos que conhecer bem a Palavra de Deus, sobretudo os Evangelhos e os Atos dos Apóstolos, e conhecermos bem a Igreja como Corpo de Cristo do qual somos membros e também as exigências que a própria Igreja nos faz para recebermos este sacramento. Não pode ser apenas algo que aparenta ser uma festa. A celebração do Crisma é um dom que responsabiliza aqueles que o recebem.

G.I./J.B.:PBA

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