Sacerdote português trabalhou durante quatro anos naquele país asiático.
padre Ricardo Teixeira, que trabalhou durante quatro anos na China, considera “mau” o acordo assinado entre a Santa Sé e o país asiático sobre a nomeação dos bispo católicos.
De acordo com o jornal ‘Folha de Domingo’, o membro da congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus deixou esta ideia durante uma tertúlia organizada pela Paróquia de Ferreira, onde afirmou que “mais vale um não-acordo do que um mau acordo”.
Para aquele responsável, que conviveu de perto com a realidade e as dificuldades da comunidade clandestina católica da China, não pode haver “acordo com alguém cujo único objetivo é destruir” o outro.
E aqui o padre Ricardo Teixeira lembrou também as muitas igrejas cristãs que têm sido incendiadas e as inúmeras comunidades que têm sido alvo de perseguição.
O acordo assinado entre a Santa Sé e a China, a 22 de setembro de 2018, prevê que todos os bispos do país estejam agora em comunhão com o Papa, pela primeira vez em décadas.
Recorde-se que até agora Pequim só reconhecia os bispos nomeados pela Associação Patriótica Chinesa, única Igreja Católica oficialmente reconhecida pelo Governo chinês, criada em 1952.
Os bispos nomeados diretamente pelo Vaticano foram, muitas vezes, perseguidos e presos pelas autoridades.
Segundo o padre Ricardo Teixeira, o acordo tem tido pouco efeito na vivência das comunidades católicas que estão obrigadas a viver na clandestinidade; aliás, em certa medida, o contexto de perseguição ficou “pior” para determinadas comunidades cristãs.
“Eles têm agora um documento para forçar estas comunidades: esta igreja foi construída por vocês que não estão aqui reconhecidos, portanto destruímos”, descreveu o sacerdote.
Mais do que um “desrespeito”, a assinatura do acordo está a ser criticada como “uma falta de conhecimento” da parte da diplomacia da Santa Sé.
G.I./Ecclesia:JCP