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Conferência Episcopal apela ao respeito pelos «direitos eleitorais, políticos e económicos».

Uma delegação da Conferência Episcopal da Venezuela (CEV) denunciou a crise humana, económica, política e social que afeta a população numa carta enviada à alta comissária para os Direitos Humanos das Nações Unidas, Michelle Bachelet.

O sítio online ‘Vatican News’ informa que os bispos apelam ao respeito pelos “direitos eleitorais, políticos e económicos” que permitam aos venezuelanos “viver em liberdade, dignidade e progresso”, bem como eleições “livres e transparentes”.

“A crise do país está arraigada na corrupção e na impunidade”, refere o documento, assinado pelo presidente da CEV, alertando que o saque dos recursos públicos não é devido “simplesmente às sanções que foram impostas”.

“A Venezuela antes dessas sanções já estava numa situação económica deprimente. A crise humanitária grave será resolvida se os que estão no poder procurarem o bem comum de todos”, desenvolvem, denunciando a “perda do Estado de direito” e a violência do Estado.

A carta entregue à alta comissária para os Direitos Humanos das Nações Unidas, manifesta o desejo da “reconciliação” e “uma saída pacífica” da crise nacional.

“Pedimos que nas reuniões com o Governo seja possível falar sobre temas importantes como o reconhecimento das ONG e as permissões necessárias para formalizar a entrada de ajudas humanitárias. Pedimos a libertação dos prisioneiros políticos e a eliminação da prática das delegacias usadas como penitenciárias”, pedem os bispos onde indicam que as forças de segurança e os grupos irregulares paramilitares que “agem na impunidade total”.

Os bispos afirmam ser “defensores da vida em todos os seus aspetos” no documento onde se lê que a crise humanitária é “denunciada desde 2004”.

O episcopado alerta para a “diáspora de massa e as novas formas de escravatura”, entre as quais “o tráfico humano, a prostituição e a situação na fronteira”.

A Igreja Católica na Venezuela destaca também a subnutrição infantil, a falta de combustível em algumas áreas da fronteira, a “crise de energia elétrica, com exceção de Caracas, para dar uma aparência de normalidade àqueles que visitam o país”, e a falta de água.

Segundo o episcopado venezuelano houve um aumento dos suicídios, abandono dos estudos por muitos jovens, há “falta de alimentos, transportes e medicamentos”, e denunciam as condições precárias em que se encontram os hospitais.

“Esperamos que essas informações mostrem a face real do que está a acontecer e nos ajude a encontrar mecanismos para solucionar os problemas que o nosso povo enfrenta”, escreve a CEV na carta entregue a Michelle Bachelet, antiga presidente do Chile.

As Nações Unidas vão apresentar um relatório em julho e os bispos esperam a “nomeação de um grupo” que, com as diversas realidades do país, possa monitorizar a sua “aplicação e recomendações”.

A delegação da Conferência Episcopal Venezuelana foi chefiada pelo seu secretário-geral e bispo auxiliar de Caracas, D. José Trinidad Fernández, e reuniu-se com a representante da ONU esta sexta-feira, último dia da visita ao país, informa o ‘Vatican News’.

G.I./Ecclesia:CB

CategoryIgreja, Pastoral

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