Membros do clero unem desporto, oração e cultura em competição amigável, mas intensa.
A equipa de Vila Real conquistou hoje a 14ª edição da ‘Clericus Cup’, torneio de futsal para padres portugueses, ao bater na final os Vicentinos/Alentejo, por 5 a 1, no Pavilhão de Lousada.
Representantes do clero de várias dioceses católicas de Portugal reúnem-se há 14 anos para um torneio anual que une desporto, oração e cultura, durante três dias de pausa nas atividades de pastoral e paroquiais.
“Parece que andamos o ano todo à espera deste momento, porque é inolvidável. É um encontro desta família porque nos consideramos irmãos uns dos outros, uma família alargada, uma centena de sacerdotes de várias dioceses de Portugal e este ano contamos com a participação de um colega da Colômbia”, refere à Agência ECCLESIA o padre Almiro Mendes, Pároco de Canidelo, diretor do Secretariado das Missões da Diocese do Porto e anfitrião do Clericus Cup.
A 14ª edição deste torneio de futsal para sacerdotes teve início esta segunda-feira em Lousada, na Diocese do Porto, e chega ao fim esta noite; participam cerca de uma centena de padres católicos provenientes de vários pontos do país, divididos por oito equipas: Vila Real (campeões da última edição), Viana Castelo, Braga, Porto, Lamego, Viseu, Guarda e Vicentinos/Alentejo.
A equipa de Viana ficou em 3.º lugar e a do Porto em 4.º.
O encontro “fraterno e amigo de sacerdotes que se estimam” compreende “uma parte lúdica e desportiva, fundamental na vida de quem tanto trabalha ao longo do ano”, e uma componente cultural, este ano com uma passagem pelo Paço Episcopal do Porto e uma visita à Rota Românica, projeto da região.
“Um padre tem de ser um homem culto porque é da cultura que se constrói a vida e é a cultura que potencia a vida das pessoas, o padre tem de ser também nisto exemplar”, traduz o padre Almiro Mendes.
Aos 58 anos, o sacerdote está em forma para correr os 40 minutos.
“Obrigo os meus colegas a cometer um pecado muito grave porque eles ficam com inveja de mim porque sendo antigo, com 58 anos, consigo correr e ainda consigo superar”, graceja.
O ambiente entre adversários desportivos pode, em alguns momentos “de stress” ser mais emotivo, mas regra geral, os padres “são educados”.
“Quem quer fazer do padre um homem sem defeitos? Também temos, também nos zangamos, o stress do jogo gera algum impropério. Procuramos não ser maldosos, mal-educados, embora tenhamos que admitir que às vezes nos enervamos um bocadinho. No balneário isso pode acontecer, no jogo somos pessoas educadas e civilizadas”, esclarece.
A Clericus Cup tem sido motivo de descontração entre quem participa, mas também de pastoral entre as “franjas mais jovens”.
“Os padres campeões do ano passado, de Vila Real, pensaram no projeto ‘Passa a bola’ e foram às escolas jogar e conversar com os jovens, mostrando que um sacerdote pode ser plenamente fiel à sua vocação e compromisso e jogar à bola”, recorda o padre Almiro.
LFS/LS/OC