Obras de 1,5 milhões de euros para responder às exigências da segurança social.
O Bispo da Diocese, D. António Luciano, benzeu no passado dia 16 de novembro, o requalificado Centro Social Paroquial de São José, em Viseu durante uma cerimónia acompanhada de utentes, familiares e paroquianos. O projeto de reabilitação no valor de cerca de 1,5 milhões de euros, ocorreu durante dois anos e cheio de contrariedades, após exigências da Segurança Social no que respeita ao melhoramento do complexo, nas suas valências de creche, jardim de infância, ATL centro de dia e apoio domiciliário.
O Padre José Morujão da Paróquia de São José lembrou que – após dois anos a funcionar em instalações provisorias repartidas por três locais da cidade – a obra está pronta e “agora com outras condições” para voltar tudo à casa mãe, mas falta liquidar um empréstimo à banca de 800 mil euros, uma vez que o projeto de requalificação foi feito com custos próprios da instituição. Segundo o Sacerdote, a obra vai ser candidatada a uma linha de apoio da Segurança Social, mas a colaboração de todos vai ser fundamental para dar continuidade ao projeto social.
“Foi uma aventura, hoje, diria uma loucura”, adiantou o Pároco lembrando as contrariedades e dificuldades na execução da empreitada que “foram inexplicáveis”. “Contudo, continuamos a confiar nos homens, porque confiamos no nosso patrono São José operário, pai de família e nosso Pai e senhor. É hora de me inclinar perante a sua imagem que vamos expor e benzer numa atitude de agradecimento de confiança”, sublinhou o Padre José Morujão.
O Centro Social e Paroquial de São José nasceu em 1978 como um projeto social de apoio à comunidade da cidade de Viseu em diferentes valências. Passados 40 anos, o edifício renovado resultante de um projeto do arquiteto viseense José Esteves, apresenta junto à entrada principal do complexo uma imponente estátua em granito de São José operário e o ‘menino’ como referência a todas as crianças aí educadas, da autoria de Xico Lucena.
Porque a hora era de “paz” após um tempo de turbulência, o Bispo da Diocese e o presidente da Câmara, Almeida Henriques, plantaram uma oliveira no exterior do edifício como símbolo da paz e que representa também a função social daquela instituição.
O presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, anunciou um apoio de 50 mil euros por parte da autarquia, 25 mil euros em cada um dos próximos dois anos, destinado às obras do Centro Social, reconhecendo o trabalho da “instituição dedicada à família” e à comunidade. “Temos em Viseu cerca de uma centena de instituições sociais, que prestam um serviço fantástico no dia-dia-dia da nossa sociedade. Isto diz muito bem que somos uma comunidade solidária, humana e eu diria cristã. Acho que é uma marca desta sociedade de Viseu”, realçou.
O autarca apontou o dedo ao Estado central, lembrando que não basta obrigar a fazer obras para cumprir os requisitos legais, é preciso apoiar as instituições que se substituem às obrigações do próprio Estado: “O que seria do apoio social deste país se não fossem as instituições privadas? Como estariam as nossas crianças? como estariam os nossos idosos? como é que se conseguiria chegar à generalidade da população? Temos de lhes tirar o chapéu, e dizer bem-haja, porque acabam por estar a substituir-se ao Estado central no apoio que dão às comunidades”.
Padre José Morujão vai receber Medalha de Mérito Municipal.
Ao reconhecer o trabalho desenvolvido pelo Padre José Morujão como o grande obreiro do Centro Social Paroquial de São José e de uma disponibilidade exemplar para o concelho, o presidente da Câmara de Viseu comunicou que vai propor a atribuição da Medalha de Mérito Municipal ao Sacerdote, a ser entregue na cerimónia do Dia do Município, a 21 de setembro.
G.I./J.B:EA