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O SINAL ADMIRÁVEL – O SIGNIFICADO E VALOR DO PRESÉPIO CRISTÃO

Continuamos a viver a nossa caminhada de Advento, marcada pela esperança messiânica e pela alegria do anúncio do Salvador, como o rebento novo que brotará do “tronco de Jessé”. O “Emanuel”, o Deus connosco prometido e anunciado pelos profetas vem para salvar o seu povo e libertá-lo da escravidão do pecado.

O presépio apresentado como o “Sinal Admirável” lembra a toda a humanidade, o valor perene da vida humana, e, como escreveu o Papa Francisco, este dom do mistério da Encarnação do Verbo de Deus, que se fez homem no seio da Virgem Maria, para nossa salvação, nasceu numa noite fria e estrelada, num estábulo nos arredores da cidade de Belém. A promessa cumpriu-se. Deus encontrou-se com a humanidade na proximidade de Jesus, quando Ele quis nascer no seio da família de Nazaré. Revelou-se e deu-se a conhecer, por isso a vida nova veio habitar a nossa terra, o céu fez-se companheiro da humanidade peregrina e “a plenitude dos tempos” aconteceu trouxe a abundância da vida e a cidade de Belém, transformou-se na cidade do pão. A Eucaristia memória e gratidão faz nascer sempre para nós o mesmo Jesus, Pão vivo descido dos céus para dar a vida ao mundo. O menino que nasceu para nós, nasce de novo para a humanidade inteira na celebração do mistério pascal, em cada Eucaristia, o Jesus de Belém, do Calvário e da Ressurreição faz-se Pão vivo descido dos céus, para continuar a alimentar a humanidade faminta que não cessa de repetir: “Vinde Senhor Jesus”. Neste ano dedicado ao sacramento do Batismo, peçamos-lhe que nasça verdadeiramente no nosso coração e nos conduza com o seu Espírito pelos caminhos da santidade. Na alegria de sermos cristãos ajudemos com as nossas boas obras a construir nas igrejas, nas instituições, nos lares e nos lugares públicos os pequenos e os grandes presépios que caracterizam a tradição cristã. Feitos com o espírito de fé, com a sabedoria do amor, com a simplicidade da esperança, com a ternura dos afetos e com a arte do ser humano, recordar a toda a humanidade que a beleza da vida que estava escondida se deu a conhecer. Há mais de dois mil anos nasceu em Belém de Judá, uma criança, a quem deram o nome de Jesus, o Filho de Deus e de Maria, o Salvador do mundo. Os Evangelhos relatam que São José, ultrapassadas as dúvidas em sonhos, recebe Maria como sua esposa e torna-se o pai adotivo de Jesus. Iluminado pela luz que desceu das alturas, tudo fez e preparou para que a vida divina, fosse acolhida verdadeiramente no seio de uma família humana.

Lembrando estes acontecimentos, o Papa Francisco afirma na carta “Sinal Admirável”, que o presépio pertence-nos, que Jesus é nosso, “porque exprime o calor da família que se prepara, toda junta, para celebrar o Natal”.

Na simplicidade do seu ensinamento o Papa Francisco convida “as crianças, pais e avós” a viverem com alegria e fé a mensagem que “caracteriza o período natalício”, contemplando no presépio a vida e o amor que Jesus, Maria e José nos oferecem.

Convidados neste Natal a construir com fé e amor o nosso próprio presépio, sentindo o que este significa para nós, para a humanidade e para a Igreja como algo de essencial para viver a fé cristã. Portanto o presépio: “É um ensinamento que representa uma verdadeira forma de evangelização pois pretende tornar atual a transmissão viva de um gesto que desde há séculos a Igreja tem assumido, a fim de manter viva a memória do grande mistério da nossa fé”. A verdade histórica da representação do presépio remonta a São Francisco de Assis, quando nos dias anteriores ao Natal de 1222, pediu ao senhor João, um pastor de Greccio, para preparar uma gruta onde celebraria com os seus irmãos e os cristãos da região a Santa Eucaristia na noite santa de Natal, como se esta fosse celebrada sobre a manjedoura da gruta de Belém.

No entanto a Igreja vivia e conhecia bem o mistério da Encarnação, pois desde vários séculos a representação do Natal recordava o nascimento de Jesus. Basta entrar na Basílica de Santa Maria Maior em Roma, para ver os lindos mosaicos onde o mistério da Encarnação está representado. O mistério do nascimento de Jesus leva o Papa Francisco a fazer-nos uma belíssima catequese, sublinhando as fases próprias da construção do presépio: O céu estrelado, a estrela que brilha na noite de Natal; as montanhas, os rios e as fontes; o anjo anunciando o nascimento do “Príncipe da Paz” aos pastores; a cabana dos pastores; a representação das imagens de Jesus, Maria e José; as figuras dos pastores com as suas ovelhas e outras personagens populares que oferecem presentes; as imagens dos Reis Magos e o significado universal da salvação e ainda de outras imagens, que nada tendo a ver com o relato bíblico do nascimento de Jesus, foram acrescentadas ao presépio e simbolizam a humanidade na diversidade dos  seus dons, as suas diferenças na identidade do seu ser e da sua cultura. O presépio tornou-se uma lição multicultural de vida, de solidariedade e de relação fraterna com toda a humanidade. Façamos o presépio com um verdadeiro espírito cristão e de inspiração evangélica para aprendermos na simplicidade, na oração, no silêncio e na humildade a imitar os sentimentos de Maria e de José, adorando Jesus, o único Salvador do Mundo.

 + António Luciano, Bispo de Viseu

G.I.

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