Estas orientações, inspiradas naquelas emanadas pelo SNEC e adaptadas à nossa Diocese, pretendem ajudar as paróquias na tarefa de coordenar a catequese nestes tempos de pandemia.
Embora se tenham de ter – SEMPRE – em conta as indicações gerais determinadas pelas autoridades de saúde e as indicações da Diocese/Conferencia Episcopal Portuguesa, cada paróquia está chamada a desenvolver e a potenciar a sua atividade evangelizadora. Adquirem especial relevo nas circunstâncias que vivemos as palavras do Diretório para a Catequese, recentemente divulgado pela Santa Sé. |
“A Igreja encontra-se diante de uma «nova etapa evangelizadora» porque também nesta mudança de época o Senhor ressuscitado continua a fazer novas todas as coisas (cf. Ap 21,5). O nosso tempo é complexo, atravessado por alterações profundas e, nas Igrejas de antiga tradição, fica muitas vezes marcado por fenómenos de afastamento da experiência de fé e da experiência eclesial. O próprio caminho eclesial fica marcado por dificuldades e por exigências de renovação espiritual, moral, pastoral. Ainda assim, o Espírito Santo continua a suscitar nos homens a sede de Deus e, na Igreja, um novo fervor, novos métodos e novas expressões para o anúncio da Boa Nova de Jesus Cristo.”
(DC 38)
ASSIM, os coordenadores da catequese paroquial juntamente com os catequistas e as famílias, devem estabelecer um plano de açãopara a catequese local com base nos pontos apresentados de seguida:
1 – Avaliar o impacto da pandemia na Paróquia e na Catequese
- Avaliar a realização da ação catequética durante a fase do Covid-19;
- Envolvimento dos párocos, dos catequistas, dos catequizandos, das famílias e refletir sobre os resultados obtidos;
- Organização e Programação do próximo ano catequético
Devido ao contexto epidemiológico que vivemos o programa deve ter “plano B”.
A – Indicações gerais para a catequese
1 – Catequistas
- Tomar consciência que este será um ano pastoral particularmente exigente, que provavelmente serão necessários mais catequistas e voluntários empenhados na organização da catequese;
- Motivar os catequistas para continuar a exercer este ministérioe acompanhá-los (tendo em conta o perfil humano e espiritual, a integração na comunidade e a formação cristã/catequética);
- Participar nas ações de formação propostas pela Diocese (presencial/Digital);
- Trabalhar tendo em conta qualquer eventual período de confinamento mais rigoroso;
2 – Grupos de catequese:
- Organizar os grupos de catequese vendo a oportunidade de se manter ou não o catequista que acompanhou o grupo no ano anterior;
- Tendo em conta os espaços existentes em cada paróquia, planear a catequese para funcionar em pequenos grupos observando as orientações das autoridades de saúde;
NOTA:
ü No caso dos encontros presenciais, estabeleçam-se procedimentos para o funcionamento dos grupos, adequando o número de catequizandos à dimensão dos espaços disponíveis e ao número de pessoas legalmente permitido; ü Ter presente que, presencialmente ou à distância, todas as crianças devem possuir o seu Catecismo pessoal de modo a garantir que as famílias possam acompanhar a catequese. Pode sugerir-se, também, que adquiram o Guia dos Pais, já usado na Catequese Familiar; |
Definir uma estratégia para o funcionamento dos grupos de Catequese e organização dos Catequistas, segundo as diferentes opções (presencial, semi-presencial alternando com online);
3 – Itinerário de fé do catequizando e do grupo
- Averiguar a necessidade de retomar conteúdos do ano anterior no início do novo ano pastoral ou de os introduzir progressivamente ao longo dos encontros a realizar;
- Prever a preparação e celebração dos sacramentos (e festas) não realizados, próprios de cada catecismo, e eventual necessidade de aprofundamento de vivências e conteúdos no percurso da iniciação cristã;
4 – Admissão ao Primeiro Catecismo
- Sensibilizar a comunidade cristã para a necessidade de inscreverem as crianças na catequese;
- Envolver os pais na solução a ser adotada para a organização dos encontros de catequese;
- Se for possível, nos dois primeiros anos de catequese privilegiem-se os encontros presenciais com o apoio e participação das famílias;
5 – Trabalho a realizar com as famílias:
- Manter uma comunicação permanente e tranquilizadora com as famílias, fomentando a partilha de informação e a segurança nas decisões tomadas para o processo de regresso aos encontros de catequese;
- Estar particularmente atentos às famílias mais carenciadas da comunidade, que se encontram em situações existenciais mais delicadas e/ou de maior sofrimento, auxiliando-as;
- Tornar os pais evangelizadores dos seus filhos através da promoção da Catequese Familiar;
- Elaborar propostas celebrativas para a vivência de liturgias familiares;
- Procurar alternativas adequadas para as famílias que não tenham recursos digitais;
B – A celebração da Fé
NOTA: Devem cumprir-se as regras oficiais de distanciamento e higiene em vigor à data e devidamente enquadradas nesse contexto:
· Evitar ajuntamentos de grandes grupos durante as celebrações, tendo em conta a capacidade dos espaços a usar (igreja, ou outros locais interiores ou exteriores; · Adaptar os ritos próprios de cada celebração às normas em vigor; · Minimizar os contactos pessoais e a passagem de objetos entre pessoas; · Articular com o Pároco e com todos os intervenientesna celebração os aspetos da organização da mesma, definindo o modo de participação do grupo de catequizandos, comunidade e famílias; · As celebrações previstas para cada catecismo acontecerão no momento em que se julgar oportuno; |
1 – Preparação e celebração da Primeira Comunhão
- Proporcione-se uma adequada preparação catequética e privilegie-se as celebrações em pequenos grupos.
- O Pároco, juntamente com a equipa de coordenação da catequese, deve decidir o momento oportuno e o modo mais adequado, observando as normas profiláticas já estabelecidas, para realizar a celebração da primeira comunhão;
- A Comunhão deverá ser ministrada na mão;
2 – Preparação e celebração do Sacramento da Reconciliação
- No caso das crianças que vão celebrar o Sacramento da Reconciliação pela primeira vez, garanta-se uma adequada preparação;
- Reconheça-se a importância deste Sacramento em todas as etapas do caminho de fé e a sua necessidade para uma participação mais frutuosa na celebração dos restantes sacramentos;
3 – Preparação e celebração da Profissão de Fé
- Esta é uma das celebrações que ganha em ser celebrada individualmente no contexto da celebração dominical e envolva-se a comunidade presente na celebração;
- A celebração obedece às mesmas orientações estabelecidas para a Primeira Comunhão;
- Preparação e celebração da Confirmação
- Favorecer um acompanhamento personalizado aos adolescentes e jovens que desejam celebrar o Sacramento da Confirmação. Privilegiem-se os contactos pessoais, o acompanhamento espiritual e os meios digitais para uma adequada preparação;
- Potencie-se ao máximo a possibilidade de os jovens participarem no itinerário juvenil de preparação para as próximas Jornadas Mundiais da Juventude, a partir de propostas vocacionais;
C – Indicações fundamentais de logística
- Espaços
- Adaptar os espaços da catequese às normas de funcionamento de grupos de acordo com as orientações das autoridades de saúde para cada tempo e contexto e prever a devida higienização dos espaços;
- As paróquias que não possuam espaços suficientes para a realização da catequese, procurem estabelecer parcerias com instituições, institutos, associações locais, etc. que possam ceder espaços alternativos e seguros;
- Catecismos e outros materiais
- Garantir que cada catequizando tem o seu catecismo, e todo o material necessário;
- Educação para os comportamentos de cuidado e proteção sanitária
- Definir com clareza os procedimentos a adotar no caso de uma suspeita de contágio na Catequese;
- Recolher permanentemente a informação oficial atualizada sobre a situação da pandemia e os procedimentos em vigor (Direção Geral de Saúde, Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil);
- Planificação do ano catequético
- Planear o ano de catequese e de cada catecismo tendo em conta o calendário litúrgico, o programa diocesano e o plano pastoral paroquial;
- Atualizar os ficheiros de cada catequizando no processo de inscrição;
NOTA: A Diocese de Viseu dispõe de um gabinete de apoio e acompanhamento à catequese paroquial e seus membros (SDEC), munido de materiais e ferramentas pedagógicas, a funcionar todos os dias segunda a sexta-feira a partir do início do mês de Setembro. |
Calendarizar as ações a desenvolver tendo em conta possíveis alterações;
ANEXO 1
Tópicos para a reunião de catequistas na programação do ano catequético
- Definição dos grupos e dos ritmos
- Que Catequistas vão acompanhar os grupos.
- Que grupos vão ser constituídos.
- Que ritmo de encontros presenciais (e/ou virtuais) se vai propor.
- Preparar atempadamente o regresso dos catequizandos a um primeiro momento presencial, definindo atempadamente todos os procedimentos necessários.
- Formar os catequistas no uso de planificações das catequeses por via digital.
- Caminhada catequética
- Qual a proposta a nível de progresso na caminhada de iniciação cristã.
- Qual a proposta para a celebração da fé, dos sacramentos e festas propostas ao longo da caminhada própria de cada grupo.
- Possibilidades de propostas mistas, com encontros presenciais e à distância.
- Possibilidade de começar os momentos presenciais de forma gradual, com pequenos encontros, induzindo a confiança de forma crescente e reforçando as regras de convivência em segurança.
- Incentivar o trabalho em pequenos grupos, sempre com o acompanhamento do mesmo Catequisa, de forma a reforçar as rotinas e trabalho de continuidade.
- Envolvimento das famílias no percurso catequético, com tarefas complementares – significativas – a realizar em casa.
- Reforço da caminhada pessoal, sem descurar a caminhada do grupo.
- Recursos disponíveis
- Quais os espaços a utilizar, suas características, dimensões e regras de utilização.
- Regras de higienização e arejamento constantes dos espaços e equipamentos.
- Espaçamento de horários entre os encontros, por forma a permitir a correta higienização.
- Convivência com respeito pelas distâncias reguladas pelas entidades de saúde.
- Identificar os materiais e equipamentos a utilizar.
- Definir o número de Catequistas necessários e, em caso de serem em número reduzido, planos de desmultiplicação dos momentos presenciais dos grupos em função dos adultos disponíveis.
- Identificar os equipamentos de proteção individual necessários, e eventuais aquisições.
- Comunicação
- Preparar previamente o regresso aos encontros presenciais através de uma comunicação eficaz e permanente com os catequizandos e suas famílias.
- Garantir um conhecimento permanente da situação de saúde dos catequizandos, e possíveis situações de risco que aconselhem períodos sem contacto.
- Envolver ativamente os pais e/ou encarregados de educação.
- Ter sempre presentes as situações de limitações de acesso à tecnologia e/ou acesso à internet e ultrapassá-las generosa e criativamente.
- Sensibilização e envolvimento das famílias
- Os catequistas promovam, ao longo do ano, encontros com os familiares, segundo as circunstâncias e as especificidades de cada grupo, para que possam acompanhar, participar e compreender as decisões que venham a ser tomadas.
- No início do ano catequético, organize-se uma reunião com os pais que vise escutar as suas preocupações, manter e restabelecer o diálogo aberto com eles e a criar condições geradoras de confiança para o processo de retoma e desenvolvimento da Catequese.
ANEXO II
Normas para os Encontros
Ter sempre presente, em todas as atividades, que o Encontro entre as pessoas, na Catequese, em qualquer circunstância ou por qualquer via, é um Encontro com Jesus Cristo!
1 – Indicações para os encontros presenciais:
- Encontros semanais, em pequenos grupos de crianças ou adolescentes (podem ser dividir os grupos maiores).
- Encontros semanais/quinzenais presenciais, alternando com encontros on-line.
Práticas de Segurança:
ü Manter o distanciamento físico (1,5 m) e não tocar na cara. ü Uso obrigatório de máscaras. ü Lavar bem/higienizar as mãos à entrada da catequese. ü Não haver partilha de nenhum tipo de material. ü Higienizar e arejar profundamente os espaços antes/depois de cada ocupação. ü CONHECER, ATUALIZAR e RESPEITAR INTEGRALMENTE as orientações das autoridades de saúde. |
Possível adoção do modelo de Catequese Familiar com encontros presenciais de ritmo quinzenal, e semanais, em casa.
2 – Indicações para os encontros em regime à distância, on-line:
- Iniciar a formação em digital aos pais e catequistas antes de qualquer eventual confinamento.
- Manter o contacto possível com o catequista, individual ou preferencialmente em grupo, quinzenal ou mais, conforme as necessidades, usando as redes sociais para partilhar informação e as aplicações de reuniões para trabalhar em conjunto: computador, telemóvel, correio.
NORMA FINAL
Convictos de que Deus não nos abandona e a sensatez humana tem valor: ü VIVER a Catequese com Alegria Evangelizadora, ü CONFIAR no Senhor, ü ACREDITAR no valor da cooperação entre as pessoas, ü PRIVELIGIAR um sentido renovado de Serviço e Caridade. |