Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

“FRATELLI TUTTI”, Encíclica sobre a FRATERNIDADE E AMIZADE SOCIAL.

“Todos Irmãos” assinou o Papa Francisco, sobre o túmulo de São Francisco de Assis no dia 3 de outubro, documento cuja publicação ocorreu no dia 4, festa litúrgica do Santo Seráfico para a Igreja universal. Texto constituído por uma introdução (nº 1 a 8) e oito capítulos, terminando com duas belíssimas orações.  O Papa lembra que São Francisco escrevia: “TODOS IRMÃOS” e comunicou o amor de Deus, “dirigindo-se a seus irmãos e irmãs para lhes propor uma forma de vida com sabor a Evangelho” (FT nº1).

O 1º Capítulo: “As sombras de um mundo fechado” (nº 9 a 55).

2º Capítulo: “Um estranho no caminho” (nº 56 a 86).

3º Capítulo: “Pensar e gerar um mundo aberto” (nº 87 a 127).

4º Capítulo: “Um coração aberto ao mundo inteiro” (nº 128 a 153).

5º Capítulo: “A política melhor” (nº154 a 197).

6º Capítulo: “Diálogo e amizade social” (nº198 a 224).

7º Capítulo: “Percursos de um novo encontro” (nº 225 a 270).

8º Capítulo: “As religiões ao serviço da fraternidade no mundo” (nº 271 a 287).

Termina com a “Oração ao Criador” e com a “Oração cristã ecuménica”.

Num belíssimo texto, com simples palavras o Papa “explicou o essencial duma fraternidade aberta, que permite reconhecer, valorizar e amar todas as pessoas”.

São Francisco, “Santo do amor, da simplicidade e da alegria”, inspirou o Papa a escrever a encíclica Laudato Si e agora refere, volta a “inspirar-me para dedicar esta encíclica à fraternidade e amizade social” (FT nº 1).

Francisco de Assis que cantou o hino das Criaturas e rezou a Oração da Paz é um Santo universal, padroeiro dos ecologistas. “Semeou paz por toda a parte e andou junto dos pobres, abandonados, doentes, descartados, dos últimos” (FT nº2).

O Papa quer ajudar-nos a encontrar Deus na beleza de cada irmão e na criação, todos unidos, chamados a construir a “fraternidade e amizade social”.

Um texto para ler e meditar com calma, para colocar ao serviço do próximo, da humanidade e das grandes causas sociais e do mundo. Um texto inspirador para viver a dimensão humana, cristã e social à luz da inspiração do Evangelho e da verdadeira Doutrina Social da Igreja. Que a riqueza desta Encíclica, em tempo de pandemia, nos ajude a sermos mais irmãos, mais Igreja, mais sociedade irmanado nos princípios da verdadeira fraternidade universal.

Atentos aos sinais dos tempos e à emergência de quem sofre, saibamos acolher, interiorizar, viver, partilhar e testemunhar a riqueza deste texto. O Papa propõe um novo paradigma global em alternativa ao individualismo. Destaca o impacto da pandemia nos mais velhos, falando em vidas “cruelmente descartadas”. Reforça o papel das religiões em favor da “fraternidade humana”. Propõe um “fundo mundial contra a fome, financiado por atuais despesas militares”. Reforça a posição da doutrina católica sobre “a função social da propriedade”. O Papa rejeita “dogma de fé neoliberal” no mercado. Fala também do ressurgimento de populismos, racismo e discurso de ódio e apela a todos ao diálogo e ao bom senso dos políticos, para que ponham termo às desigualdades e injustiças.

Convido todos os cristãos desta Diocese de Viseu, juntamente com os seus pastores, a acolherem tão rico ensinamento que o Papa Francisco nos oferece. Convido todas as pessoas de boa vontade a acolhermos este texto e a viver em cada dia o risco do desafio de viver o amor fraterno, para o crescimento do bem comum de todos.

Tudo aquilo que nos oferece em cada tema, em cada palavra, em cada desafio e em cada proposta para tornarmos o mundo melhor, cuidando com compaixão de todos, particularmente dos pobres, migrantes, estrangeiros e deslocados.

Que não falte o pão e o trabalho a ninguém e sejamos construtores de um mundo renovado, em rede no amor e na paz. Rezemos e trabalhemos para que o apelo do Papa Francisco se torne verdadeiramente uma realidade e o acolhimento do seu ensinamento seja para cada um de nós motivo de alegria.

“Em nome de Deus, que criou todos os seres humanos iguais nos direitos, nos deveres e na dignidade e os chamou a conviver entre si como irmãos, a povoar a terra e espalhar sobre ela os valores do bem, da caridade e da paz” (FT nº 285).

Que todos de mãos dadas cuidemos uns dos outros, do nosso mundo fragilizado e sejamos verdadeiramente irmãos.

 

† António Luciano,

Bispo de Viseu

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