Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

Observatório Pastoral

 

No dia 02 de fevereiro, Festa da Apresentação de Jesus no Templo, a Igreja celebra o Dia da Vida Consagrada. Desde a sua inauguração em 1997 que se «pretende (com este dia) ajudar a Igreja inteira a valorizar sempre mais o testemunho das pessoas que escolheram seguir a Cristo mais de perto, mediante a prática dos conselhos evangélicos e, ao mesmo tempo, quer ser para as pessoas consagradas uma ocasião propícia para renovar os propósitos e reavivar os sentimentos, que devem inspirar a sua doação ao Senhor» (João Paulo II, Mensagem para celebrar o I Dia da Vida Consagrada). Um convite que João Paulo II resume em 3 motivos: agradecer o dom da Vida Consagrada à Igreja e ao mundo; promover o conhecimento e a estima pela Vida Consagrada (VC); convidar os(as) consagrados(as) a descobrir e tomar consciência mais viva da sua insubstituível missão na Igreja e no mundo.

É importante começar por traduzir algumas expressões que podem já não ser da cultura do leitor(a): «seguir a Cristo mais de perto» é a opção radical de “deixar tudo” para seguir Jesus; e «conselhos evangélicos» é uma vida que assume os votos de pobreza, castidade e obediência. Falamos de homens e mulheres que dão continuidade à missão que Deus confiou a alguém, através da fundação de um Instituto Religioso, para levar a cabo uma missão que incarne um dos aspetos da vida de Jesus (oração, cura dos doentes, evangelização, ensino…). Em Viseu, por exemplo, é possível encontrar alguns destes consagrados(as) que continuam a responder a este convite de Deus (cfr. www. diocesedeviseu.pt).

Convencido de que esta celebração deve convocar todos os batizados, pois continua a ser um dom precioso e necessário também no presente e para o futuro do Povo de Deus, porque pertence intimamente à sua vida, santidade e missão (cfr. João Paulo II, Exortação Apostólica pós-Sinodal Vita Consecrata, n. 3), parte daqui o convite para que, como Igreja, possamos contribuir para uma reflexão profunda sobre a presença essencial da VC na Igreja e no mundo. A minha proposta assenta em 3 verbos:

Redescobrir a VC como dom para a Igreja. Não se trata, apenas, de alimentar uma memória agradecida pela história dos Institutos de VC ou de contar com eles para manter o quotidiano da Igreja, mas de experimentar a presença do Espírito Santo e dos seus dons na riqueza dos múltiplos carismas que fazem a Igreja um Corpo sempre em caminho. É que para os consagrados(as), a alegria da comunidade é a alegria da missão!

Regressar às fontes do carisma como experiência de liberdade para a renovação das nossas comunidades. A elevada média de idades, associada à dimensão das casas e obras que mantemos, assim como à falta de vocações na VC pode “bloquear o sinal” com o fundador. O carisma, porque dom de Deus, é dinâmico, nunca se afasta do essencial e, com isso, lê os sinais dos tempos. É que, para os consagrados(as), as comunidades são lugares de discernimento e profecia.

Responder a “desafios imediatos”. Como está a resposta a temas como educação ecológica, digital, missão em rede entre os Institutos de VC (formação, caridade). Ou como vai a nossa participação no discernimento que a Igreja realiza sobre a presença da mulher na Igreja (contributo para a receção dos ministérios de leitor e acólito). Alguns desafios cuja presença e resposta da VC deveria ser natural! Que estas e outras respostas nos renovem no desejo do encontro com o Senhor para, com Ele, podermos crescer em sabedoria e graça (Lc 2, 40).

 

Pe. Pedro Guimarães, CM (Presidente da CIRP-Viseu)
CategoryDiocese, Pastoral

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